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Alerta sobre substâncias cancerígenas na alimentação
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08082010
Alerta sobre substâncias cancerígenas na alimentação
Alerta sobre substâncias cancerígenas |
Projeto do Departamento de Biologia Celular e Genética (DBC) da UEM repassa conhecimentos sobre substâncias nocivas em alimentos e que provocam sérios riscos à saúde Flávia Martini Você sabia que os defumados e o churrasco são alguns dos alimentos mais tóxicos e cancerígenos que consumimos? Que os refrigerantes, como a coca-cola, contêm em suas fórmulas 11 aditivos, alguns deles causadores de câncer? Com o objetivo de prestar informações sobre substâncias nocivas à saúde, comuns no nosso uso diário, foi criado, em 1999, o projeto de ensino O Veneno Nosso de Cada Dia, coordenado pela professora Carmem Lúcia Rocha, do DBC. Rocha, que trabalha com testes de avaliação de substâncias mutagênicas, explica que normalmente os resultados desse tipo de pesquisa atingem um grupo seleto restrito às universidades, não revertendo em benefício direto à população. “Esse saber fica elitizado e o projeto foi a maneira encontrada para passar conhecimento a quem utiliza essas substâncias ignorando os riscos de contrair câncer”, afirma. O público alvo são alunos do ensino fundamental e médio das escolas públicas de Maringá. “Eles e os professores acabam se transformando em agentes multiplicadores dessas informações, bem como ex-alunos que se tornaram professores”, diz. Substâncias perigosas - Segundo a pesquisadora, quando o carvão é queimado ele libera hidrocarbonetos, entre os quais o benzopireno, substância altamente cancerígena. “Esse veneno fica impregnado na carne que se expõe à defumação ou ao churrasco”. Rocha explica que o benzopireno é utilizado, em laboratório, em testes de controle positivo de mutação genética. “Ele é um dos mais terríveis cancerígenos conhecidos e está no churrasco nosso de cada dia”, afirma. Entretanto, isso não quer dizer que precisamos parar de comer carne assada, mas sim diminuir a quantidade e a freqüência, para não superar o limite do próprio organismo de corrigir os danos genéticos causados pela substância. Os corantes amarelos, presentes em quase todos os alimentos industrializados, também devem ser evitados. Entre os adoçantes, o aspartame, proibido em vários países, está presente em mais de 5 mil produtos dietéticos brasileiros. “A sacarina também causa câncer, mas o aspartame, além disso, provoca doenças degenerativas do sistema nervoso que são muito graves”, observa. A pesquisadora frisa que é necessário muito cuidado, porque o acesso ao aspartame no Brasil é muito fácil e as pessoas consomem sem saber o risco a que estão se expondo. Junto com outros 11 aditivos o aspartame está presente até na coca-cola ligth. “Mas ninguém precisa tomar coca-cola todo dia”, lembra Rocha. Os conservantes encontrados nos embutidos como salsichas, presuntos e salames, são responsáveis por vários tipos de câncer de estômago. “O nitrito, colocado como conservante na maioria dos embutidos, quando combinado com algumas substâncias resultantes da digestão de certos alimentos no estômago, se transforma em nitrosamina, que é altamente cancerígena. Por isso, temos que comer regradamente os embutidos”, alerta. Alimentos importantes - Existem anticancerígenos naturais. Consumidos regularmente, eles diminuem os efeitos das substâncias nocivas. Esses antídotos são as vitaminas e enzimas presentes nas verduras, que devem ser consumidas preferencialmente cruas, e nas frutas. “Se você vai comer o churrasco, aproveite e coma uma salada junto. Escolha, por exemplo, tomate e repolho. O repolho cru, assim como a couve, contêm certas enzimas que são anticancerígenas. Ingerindo esses alimentos, você gerencia o risco”, diz. Os cogumelos do sol e shiitake, bem como o kefir (iogurte preparado a partir de um grupo de microor–ganismos de alto potencial medicinal) também são recomendados. “São alimentos que custam pouco e aumentam as chances de mantermos o equilíbrio”, garante Rocha. Outra observação importante é a atenção aos rótulos dos produtos industrializados. “Na medida em que nos habituamos a identificar o que estamos ingerindo, vamos selecionando e diminuindo os riscos. Não podemos consumir indiscriminadamente tudo o que está à mão”, diz. Projeto na prática - As palestras são proferidas por acadêmicos do curso de graduação em Ciências Biológicas, após uma preparação de três meses. O professor João Alencar Pamphile ajuda na orientação. Outros itens abordados pelo projeto são o cigarro e o álcool, porque começam a ser utilizados na adolescência, além de venenos domésticos e agrotóxicos que contaminam os alimentos. A orientação é ingerir os orgânicos. “Nós apresentamos os riscos e como diminuir a exposição gerenciando esses riscos. O organismo tem mecanismos naturais de defesa e o importante é não sobrecarregá-los”, afirma a pesquisadora. O projeto tem se preocupado ainda com a contaminação causada pelo inseticida vaporizado eletricamente (repelente de pernilongo), formulado à base de piretróide. Segundo Rocha, de todo o material trabalhado no projeto, esse é o único que não é cancerígeno, mas é neurotóxico. Causa problemas no sistema nervoso de crianças e pode provocar atrofia cerebral. “Crianças não podem passar toda a primeira infância aspirando aquilo todas as noites”, adverte Rocha, acrescentando que “todos os venenos que matam insetos são tóxicos para o homem e muitos deles são cancerígenos”. Clientela - O projeto atende escolas públicas que possuem clientela mais carente de informações, mas está aberto às particulares. Rocha afirma que as palestras são bem práticas, dirigidas e despertam o interesse dos alunos. Na Semana da Biologia os pesquisadores têm oferecido, por vários anos, um minicurso sobre o tema. “Já tivemos turmas com 150 alunos e recebemos muitos convites para semanas acadêmicas em outras instituições”, diz Rocha. O trabalho deu tão bons resultados que está se transformando em projeto permanente e vai virar um livro, em fase de organização. “Estamos pensando em promover palestras exclusivas para professores e o livro será um rico material didático para esses novos multiplicadores”. |
http://www.jornal.uem.br/cms/index.php?option=com_content&task=view&id=49&Itemid=2
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