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Testimonium Flavianum (em português "Testemunho de Flávio"), é o nome dado a dois trechos da obra Antiguidades Judaicas, do historiador judeu Flávio Josefo, que menciona Jesus de Nazaré, escrita no século I d.C.. A autenticidade do Testimonium Flavianum foi contestada desde o século XVII, embora a maioria dos estudiosos modernos concordem que a passagem seja parcialmente genuína. A segunda passagem se refere a morte de Tiago, irmão de Jesus e líder da igreja de Jerusalém no século I. Praticamente não existe contestação a autenticidade dessa passagem.

Testimonium Flavianum
Flávio Josefo, que viveu de 37 d.C. até o ano 100, de acordo com os textos que chegaram até nós teria citado Jesus em seu livro Antiguidades Judaicas, livro 18, parágrafos 63 e 64, escrito em 93 em grego:

"Havia neste tempo Jesus, um homem sábio, se é lícito chama-lo de homem, porque ele foi o autor de coisas admiráveis, um professor tal que fazia os homens receberem a verdade com prazer. Ele fez seguidores tanto entre os judeus como entre os gentios. Ele era o Cristo. E quando Pilatos, seguindo a sugestão dos principais entre nós, condenou-o à cruz, os que o amaram no princípio não o esqueceram; porque ele apareceu a eles vivo novamente no terceiro dia; como os divinos profetas tinham previsto estas e milhares de outras coisas maravilhosas a respeito dele. E a tribo dos cristãos, assim chamados por causa dele, não está extinta até hoje."

O Testimonium Flavianum foi um texto muito respeitado até o tempo do arcebispo James Ussher (1581–1656), quando até o começo do século XX, foi considerado uma interpolação por defensores do não messiado de Jesus.

Ao longo do século XX, o consenso dos estudiosos mudou, em grande parte por causa da descoberta de novos manuscritos, retornando a credibilidade desse manuscrito.

A contestação do manuscrito residia na afirmação de Jesus ser ou não o Cristo, sem contudo haver contestação da existência histórica da pessoa de Jesus. No entanto, a quebra de continuidade do texto poderá ser explicada pelas Antigüidades Judaicas terem sido escritas por numerosos escribas.

Contestações da análise lingüística também não se mostraram conclusivas porque muitas outras passagens de Josefo contém características incomuns.

Alice Whealey apresentou um manuscrito do século V que contém uma variante: "Ele era tido com sendo o Cristo" (onde, nos outros manuscritos, está "Ele era o Cristo"). Os opositores encontraram, nessas duas frases, alegação para alteração por copistas. Contudo o termo "Cristo" é encontrado pela mesma nos diferentes manuscritos.

Versão árabe

Em 1971, o professor Shlomo Pines publicou uma tradução de um versão diferente desta passagem, citando um manuscrito árabe do século X. Este manuscrito aparece no "Livro dos Títulos" escrito por Agapius, um cristão árabe do século X e bispo melquita de Hierápolis. Agapius parece ter citado de memória, pois até o título de Josefo é uma aproximação:

"Havia neste tempo um homem sábio chamado Jesus, e sua conduta era boa, e ele era conhecido como sendo virtuoso. E muitas pessoas entre os judeus e de outras nações se tornaram seus discípulos. Pilatus o condenou a ser crucificado e à morte. E aqueles que tinham se tornado seus discípulos não abandonaram sua lealdade a ele. Eles relataram que ele tinha aparecido para eles três dias após a crucificação, e que ele estava vivo. Eles acreditavam que ele era o Messias, a respeito de quem os profetas tinham contado maravilhas."

Pines faz referência também à versão siríaca citada por Miguel, o Sírio em seu Crônica Mundial. Alice Whealey apontou que o texto de Miguel é idêntico ao de Jerônimo no ponto mais contencioso ("Ele era o Cristo" aparecendo como "Ele era tido como sendo o Cristo"), estabelecendo a existência de uma variante, já que escritores Latinos e Siríacos não liam uns aos outros na Antiguidade.

Versão paleoeslava

Uma outra e interessante versão do "Testimonium" foi encontrada em cinco fragmentos da "Guerra Judaica", numa tradução para o Paleoeslavo, que remonta aos séculos XI-XII. Ainda que se trate, evidentemente, de uma interpolação, posto que inexistente no original grego da obra, não deixa de ser muito curioso o modo como o autor se vale de passos evangélicos para compor uma história da prisão e condenação de Jesus absolutamente inédita. Eis o texto:

"Apareceu então um homem, se é que podemos chamar-lhe homem. A sua natureza e as atitudes exteriores eram humanas mas a sua aparência e as suas obras eram divinas. Os milagres que realizava eram grandes e surpreendentes. Uns diziam dele ' É o nosso primeiro legislador que ressuscitou dos mortos e dá provas de suas capacidades, operando muitas curas ´. Outros julgavam-no enviado por Deus. Opunha-se em muitas coisas à Lei e não observava o sábado, segundo o costume dos antepassados; todavia, não fazia nada de impuro, nem nenhum trabalho manual, dispondo apenas da palavra. Muitos entre a multidão o seguiam e escutavam seus ensinamentos; os espíritos de muitos se agitavam pensando que, graças a ele, as tribos de Israel se libertariam do jugo romano. Costumava estar, de preferência, em frente da cidade, no Monte das Oliveiras. Vendo a sua força e que, com as palavras, fazia tudo o que queria, pediram-lhe para entrar na cidade, massacrar as tropas romanas e Pilatos, e passar a governá-los. Mas ele não lhes dava ouvidos. Mais tarde, os chefes dos hebreus vieram a saber de tudo aquilo, reuniram-se com o Grande Sacerdote e disseram: ´ Somos impotentes e fracos para resistirmos aos romanos, como um arco frouxo. Vamos dizer a Pilatos o que ouvimos e não teremos aborrecimentos´. E foram falar dele a Pilatos. Este enviou homens, mandou matar muitos entre a multidão e prendeu o doutor de milagres. Informou-se melhor sobre ele e vendo que fazia o bem, e não o mal, que não era rico, nem ávido de poder real, libertou-o; de fato, tinha curado a sua mulher, que estava moribunda. E regressado ao local habitual, retomou o cumprimento de suas obras, e novamente um número maior de pessoas se aglomerou em torno dele. Os doutores da Lei, feridos pela inveja, deram trinta talentos a Pilatos, para que o mandasse matar. Este aceitou-os e deu-lhes autoridade para serem eles próprios a fazer o que desejavam. Desse modo, apossaram-se dele e o crucificaram, apesar da lei dos antepassados."

Tiago, irmão de Jesus

Menos polêmica do que o Testimonium é esta passagem em que Flávio Josefo também cita Jesus, mas sem parecer crer nele como Messias. Ela aparece já no final das Antiguidades Judaicas, quando Josefo descreveu a situação política da Judéia na década de 60.

"E agora Cesar, tendo ouvido sobre a morte de Festus, enviou Albinus à Judeia, como procurador. Mas o rei privou José do sumo sacerdócio, e outorgou a sucessão desta dignidade ao filho de Ananus [ou Ananias], que também se chamava Ananus. Agora as notícias dizem que este Ananus mais velho provou ser um homem afortunado; porque ele tinha cinco filhos que tinham todos atuado como sumo sacerdote de Deus, e que tinha ele mesmo tido esta dignidade por muito tempo antes, o que nunca tinha acontecido com nenhum outro dos nossos sumos sacerdotes. Mas este Ananus mais jovem, que, como já dissemos, assumiu o sumo sacerdócio, era um homem temperamental e muito insolente; ele era também da seita dos Saduceus, que são muito rígidos ao julgar ofensores, mais do que todos os outros judeus, como já tinhamos dito anteriormente; quando, portanto, Ananus supôs que tinha agora uma boa oportunidade: Festus estava morto, e Albinus estava viajando; assim ele reuniu o sinédrio dos juízes, e trouxe diante dele o irmão de Jesus, o que era chamado Cristo, cujo nome era Tiago e alguns outros; e quando ele formalizou uma acusação contra eles como infratores da lei; ele os entregou para serem apedrejados; mas para aqueles que pareciam ser os mais equânimes entre os cidadãos, e igualmente mais precisos quanto as leis, eles não gostaram do que foi feito; eles também enviaram ao rei (Herodes Agripa II); pedindo que ele ordenasse a Ananus que não agisse assim novamente, porque isto que ele tinha feito não se justificava; alguns deles foram também ao encontro de Albinus, que estava na estrada retornando de Alexandria, e informaram a ele que era ilegal para Ananus reunir o sinédrio sem o seu consentimento. Albinus concordou com eles e escreveu iradamente a Ananus, e o ameaçou dizendo que ele seria punido pelo que havia feito; por causa disso, o rei Agripa tirou o sumo sacerdócio dele, quando ele o tinha exercido por apenas três meses, e fez Jesus, filho de Damneus, sumo sacerdote."

João Batista

Ainda no livro 18 do Antiguidades Judaicas, Josefo descreveu o reinado de Herodes Antipas e informou que este era casado com a filha de Aretas, um rei árabe vizinho com quem já tivera disputas territoriais. Antipas repudia a filha de Aretas para se casar com Herodias, mulher de seu meio-irmão. Valendo-se do pretexto, Aretas faz guerra a Herodes que tem seu exército destruído e a derrota seria certa se não fosse a intervenção romana.

"Mas para alguns judeus a destruição do exército de Herodes pareceu ser vingança divina, e certamente uma justa vingança, pelo tratamento dado a João, de sobrenome Batista. Porque Herodes o tinha condenado à morte, mesmo ele tendo sido um homem bom e tendo exortado os judeus a levar uma vida correta, praticar a justiça para com o próximo e a viver piamente diante de Deus, e fazendo isto se batizar.[...] Quando outros também se juntaram à multidão em torno dele, pelo fato de que eles eram agitados ao máximo pelos seus sermões, Herodes ficou alarmado. Eloqüência com tão grande efeito sobre os homens pode levar a alguma forma de sedição. Porque dava a impressão de que eles eram liderados por João em tudo que faziam. Herodes decidiu então que seria melhor atacar antes.[...] De qualquer forma João, por causa da suspeita de Herodes, foi trazido acorrentado à Machaerus, a fortaleza de que falamos antes, e lá executado, contudo o veredito dos Judeus era de que a destruição que visitou o exército de Herodes era vingança de João, que Deus achou por bem infligir este castigo à Herodes."

Ver também

Publius Cornelius Tacitus atesta a existência de cristãos em Roma no tempo de Nero.
Plínio o Novo cita os cristãos do segundo século em uma carta a Trajano.

Referências

1.↑ Clemente de Alexandria. Stromata (em inglês). v. II.2

Bibliografia

Flávio Josefo, Seleções de Flávio Josefo, Editora das Américas, 1974, tradução de P. Vicente Pedroso.
Maria Antónia Costa Pereira - REVISTA LUSÓFONA DE CIÊNCIA DAS RELIGIÕES – Ano III, 2004 / n.º 5/6 – 191-199
James Carleton Paget, Some Observations on Josephus and Christianity, Journal of Theological Studies 52.2 (2001) pp. 539-624. Uma resenha sobre todas as teorias relativas, estudiosos e evidências.
Shlomo Pines, An Arabic Version of the Testimonium Flavianum and its Implications, (Jerusalém: Israel Academy of Sciences and Humanities, 1971)
Alice Whealey, Josephus on Jesus: The Testimonium Flavianum Controversy from Late Antiquity to Modern Times, Peter Lang Publishing (2003). Como o TF tem sido visto por séculos.
Ambrogio Donini, "História do Cristianismo", Lisboa, Edições 70, s/d

Introdução

Nenhum personagem fora tanto escrutinado como o homem de Nazaré; cientistas, arqueólogos, paleontólogos, antropólogos, historiadores, sociólogos, psicólogos, teólogos, ateus, agnóstico... Enfim, todos querem comentar sobre esse personagem chamado Jesus! Uns para abordar sua importância sociológica e o teor de suas mensagens, outros para absorver sua teologia e ensinamentos. Entretanto, os que mais chamam atenção e batem recordes de vendas de livros e revistas, são aqueles que querem desmistificar o homem Jesus ou aqueles que arvoram a não existência do Cristo. A mídia atual sabe que, apesar da morte de Deus ter sido anunciada pelos iluministas, o mundo está cada vez mais voltado à religiosidade e ao espiritualismo, por isso as abordagens sobre o tema se tornam cada vez mais acirradas e controvertidas.

Um desses autores que tem batido recordes de vendas é a escritora K. Armstrong, ela afirma o seguinte sobre a existência de Jesus:

"Sabemos muito pouco sobre Jesus. O primeiro relato mais abrangente sobre sua vida aparece no evangelho segundo Marcos, que só foi escrito por volta do ano 70, cerca de 40 anos depois de sua morte. Aquela altura, os fatos históricos achavam-se misturados a elementos míticos... É esse significado, basicamente, que o evangelista nos apresenta, e não uma descrição direta e confiável"
(08).

Nesse escopo, no qual procurarei mostrar a historicidade de Cristo, utilizarei fontes não só de autores cristãos, mas principalmente de autores seculares e de credibilidade, além de documentos reconhecidos como provas comprobatórias disponíveis em grandes bibliotecas.


O Que Seria Um Personagem da História?

No sentido mais simples da palavra, um indivíduo é um personagem da história quando:

1. esse personagem realmente existiu;

2. se sabe sobre ele de uma maneira segura um certo número de informações;

3. eventualmente, que lhe podem ser atribuídos certos escritos ou palavras.


A Problemática da Fonte

O escritor secular Mário Curtis Giordani comenta o seguinte sobre essa problemática: Sobre as origens do Cristianismo, de modo especial sobre a vida de Cristo e sua doutrina, as fontes, por excelência, são, primeiramente, os livros do Novo Testamento, entre os quais podemos pôr em relevo as epístolas paulinas e os quatro evangelhos. Para um conhecimento mais aprofundado da mentalidade religiosa dominante na Palestina nos tempo de Cristo, constituem fontes de primeira ordem os famosos manuscritos descobertos a partir de 1947 nas plagas inóspitas do Mar Morto. Um terceira classe de fontes referentes às origens cristãs, encontramo-las em escritos de autores pagãos como Plínio - o Jovem, Tácito, Seutönio e na obra do escritor judeu Flávio Josefo... Quanto aos livros do Novo Testamento, em geral, e aos Evangelhos, em particular, ao focalizarmo-los como fontes históricas, surge logo a interrogação: até que ponto tais escritos, impregnados de espírito sobrenatural, contendo não poucos relatos miraculosos, podem ser considerados como fontes fidedignas para uma reconstituição científica do passado? Ante essa interrogação, vêm-nos à mente as palavras do conhecido historiador Francês Joseph Calmette: . O historiador não pode, portanto nutrir idéia preconcebida contra qualquer espécie de fonte, antes que a mesma passe pelo crivo da mais rigorosa crítica científica. Com relação aos livros do Novo Testamento e, muito particularmente, aos quatro evangelhos, devemos observar que jamais documento algum sofreu tão cerrado exame da crítica histórica. Não há uma palavra dos Evangelhos que não tenha sido objeto de cuidadosa consideração. A autenticidade, a veracidade e a integridade substancial desses escritos têm sido sobejamente provadas... Encontramos, é verdade, algumas aparentes divergências em certas narrações contidas nos Evangelhos. Tais divergências, porém, são apenas de detalhe e para as mesmas sobram explicações dos exegetas. Do ponto de vista da crítica histórica, convém frisar que essas divergências não são, nem de longe, suficientes para infirmarem o valor do depoimento dos evangelistas... Se aplicássemos a muitas outras fontes históricas os mesmos rigores de que a crítica racionalista e até mesmo a cristã usaram no estudo dos evangelhos, um bom número de acontecimentos do passado sobre cuja autenticidade não levantamos dúvida passaria para o terreno das lendas. Ainda é W. Durant que observa: ... (1, pg. 308, 309).


Jesus - Um Homem Localizado na História

A atuação de Jesus deu-se na Palestina, pequena faixa de terra com área de 20 mil quilômetros quadrados, dividida de alto a baixo por uma cadeia de montanhas. A cidade de Jerusalém contava com aproximadamente 50 mil habitantes. Por ocasião das grandes festas religiosas, chegava a receber 180 mil peregrinos. A economia centrava-se na agricultura, pecuária, pesca e artesanato. O poder efetivo sobre a região estava nas mãos dos romanos, que respeitavam a autonomia interna das regiões dominadas. O centro do poder político interno localizava-se no Templo de Jerusalém. Assessorado por 71 membros do Sinédrio (tribunal criminal, político e religioso), o sumo sacerdote exercia grande influência sobre os judeus, mesmo os que viviam fora da Palestina. Para o Templo e as sinagogas convergia a vida dos judeus. E foi nesta realidade que Jesus apareceu na História dessa região. (5)

Os Evangelhos dizem-nos imensas coisas sobre Jesus. Mesmo se o seu objetivo, propriamente dito, não é contar a história dia a dia e nem fazer a descrição jornalística como gostaríamos hoje de fazer. Contudo, eles são muito mais precisos do que se pensou durante muito tempo. Acontece que estão cheios de pormenores acerca das cidades e aldeias do tempo, das maneiras de viver, de falar, acerca das personagens oficiais. A história e a arqueologia confirmam que todos estes elementos são exatos, verídicos. Aliás, certos pormenores não podiam ter sido inventados ou escritos mais tarde porque certas instituições, certas práticas tinham mudado pouco tempo depois da morte de Jesus, particularmente no ano 70, ano da destruição de Jerusalém. 1900 anos depois dos acontecimentos, descobre-se que os Evangelhos é que tinham razão ao contrário do que, durante muito tempo, os historiadores julgaram que estava errado, precisamente em algumas das suas passagens: por exemplo, no Evangelho segundo S. João, considerado o mais espiritual e, portanto, o menos concreto, menos preciso, mais afastado dos tempos e dos locais, encontramos o nome de mais vinte localidades concretas do que nos outros três evangelistas. Certos números destas localidades desapareceram completamente, mas puderam ser identificadas. Só recentemente os historiadores puderam provar a sua existência... Também em dada altura se perguntou se a localidade de Nazaré não tinha sido inventada pelos Evangelhos. Porquê? Porque o Antigo Testamento e os antigos comentários hebraicos não falam dela. Críticos e jornalistas fizeram disto um romance completo. Mas, na realidade, já em 1962, uma equipa de arqueólogos israelitas, dirigida pelo professor Avi Jonah tinha encontrado nas ruínas de Cesaréia Marítima uma placa gravada em hebreu, datando do século III antes de Cristo e com o nome da aldeia de Nazaré... Em 1927, o arqueólogo francês Vincent encontrou o lithostrotos ou Gabbatha esse espaço lajeado do pretório em que Jesus esteve quando compareceu diante de Pilatos (Evangelho segundo S. João, capítulo 19, versículo 13). Quanto ao próprio Pilatos, o prefeito romano que condenou Jesus à morte e do qual não se encontrava rasto concreto ao longo de dezoito séculos (Ainda que Pilatos seja várias vezes citado pelo Historiador épico Flávio Josefo), arqueólogos italianos encontraram em 1961, também nas ruínas de Cesaréia Marítima, o seu nome gravado numa pedra com o seu título exacto: praefectus. (2).

Esta averiguação a partir dos dados arqueológicos, geográficos e políticos podia ser muito mais desenvolvida. Entretanto, a falta de espaço desse escopo não nos permite nos determos mais nessa questão, mas cada um poderá compreender como o argumentado é fidedigno!


Fontes Não-Bíblicas Atestam a Historicidade de Jesus

Flávio Josefo (37-100 d.C.)


O historiador Josefo que viveu ainda no primeiro século (nasceu no ano 37 ou 38 e participou da guerra contra os romanos no ano 70, escreveu em seu livro Antiguidades Judaicas:

"(O sumo sacerdote) Hanan reúne o Sinedrim em conselho judiciário e faz comparecer perante ele o irmão de Jesus cognominado Cristo (Tiago era o nome dele) com alguns outros" (Flavio Josefo, Antiguidades Judaicas, XX, p.1, apud Suma Católica contra os sem Deus, dirigida por Ivan Kologrivof. Ed José Olympio, Rio de Janeiro 1939, p. 254). E mais adiante, no mesmo livro, escreveu Flávio Josefo: "Foi naquele tempo (por ocasião da sublevação contra Pilatos que queria servir-se do tesouro do Templo para aduzir a Jerusalém a água de um manancial longínquo), que apareceu Jesus, homem sábio, se é que, falando dele, podemos usar este termo -- homem. Pois ele fez coisas maravilhosas, e, para os que aceitam a verdade com prazer, foi um mestre. Atraiu a si muitos judeus, e também muitos gregos. Foi ele o Messias esperado; e quando Pilatos, por denúncia dos notáveis de nossa nação, o condenou a ser crucificado, os que antes o haviam amado durante a vida persistiram nesse amor, pois Ele lhes apareceu vivo de novo no terceiro dia, tal como haviam predito os divinos profetas, que tinham predito também outras coisas maravilhosas a respeito dele; e a espécie de gente que tira dele o nome de cristãos subsiste ainda em nossos dias". (Flávio Josefo, História dos Hebreus, Antiguidades Judaicas, XVIII, III, 3 , ed. cit. p. 254). (1, pg. 311 e 3).

Tácito (56-120 d.C.)


Tácito, historiador romano, também fala de Jesus. "Para destruir o boato (que o acusava do incêndio de Roma), Nero supôs culpados e infringiu tormentos requintadíssimos àqueles cujas abominações os faziam detestar, e a quem a multidão chamava cristãos. Este nome lhes vem de Cristo, que, sob o principado de Tibério, o procurador Pôncio Pilatos entregara ao suplício. Reprimida incontinenti, essa detestável superstição repontava de novo, não mais somente na Judéia, onde nascera o mal, mas anda em Roma, pra onde tudo quanto há de horroroso e de vergonhoso no mundo aflui e acha numerosa clientela" (Tácito, Anais , XV, 44 trad.) (1 pg. 311; 3)

Suetônio (69-122 d.C.)


Suetônio, na Vida dos Doze Césares, publicada nos anos 119-122, diz que o imperador Cláudio "expulsou os judeus de Roma, tornados sob o impulso de Chrestos, uma causa de desordem"; e, na vida de Nero, que sucedeu a Cláudio, acrescenta: "Os cristãos, espécie de gente dada a uma superstição nova e perigosa, foram destinados ao suplício" (Suetônio, Vida dos doze Césares, n. 25, apud Suma Católica contra os sem Deus, p. 256-257). (1 pg. 311; 3)

Plínio o Moço (61-114 d.C.)


Plínio, o moço, em carta ao imperador Trajano (Epist. lib. X, 96), nos anos 111 - 113, pede instrução a respeito dos cristãos, que se reuniam de manhã para cantar louvores a Cristo. (4, pg. 106).

Tertuliano (155-220 d.C.)


Escritor latino. Seus escritos constituem importantes documentos para a compreensão dos primeiros séculos do cristianismo. (6). Ele escreveu: "Portanto, naqueles dias em que o nome cristão começou a se tornar conhecido no mundo, Tibério, tendo ele mesmo recebido informações sobre a verdade da divindade de Cristo, trouxe a questão perante o Senado, tendo já se decidido a favor de Cristo...".

Os Talmudes Judeus:


A tradição judaica recolhe também notícias acerca de Jesus. Assim, no Talmude de Jerusalém e no da Babilônia incluem-se dados que, evidentemente, contradizem a visão cristã, mas que confirmam a existência histórica de Jesus de Nazaré. (6)

Os Pais da Igreja


Policarpo, Eusébio, Irineu, Justino, Orígenes, etc...


Considerações Sobre a Existência de Jesus Cristo

Para o leitor ter uma idéia do quanto à existência de Cristo é rica em suas fontes, analisemos analogamente a biografia de Alexandre (o Grande) e Jesus. As duas biografias mais antigas sobre a vida de Alexandre foram escritas por Adriano e Plutarco depois de mais de 400 anos da morte de Alexandre, ocorrida em 323 a.C. e mesmo assim os historiadores as consideram muito confiáveis. Para a maioria dos historiadores, nos primeiros 500 anos, a história de Alexandre ficou quase intacta. Portanto, comparativamente, é insignificante saber que os evangelhos foram escritos 60 ou 30 anos (isso no máximo) depois da morte de Jesus e esse tempo seria insuficiente para se mitificar um indivíduo.

Por exemplo, embora os Gathas de Zoroastro, que datam de 1000 a.C., sejam consideradas autênticas, a maior parte das escrituras do zoroastrismo só foram postas por escrito no século III d.C. A biografia pársi mais popular de Zoroastro foi escrita em 1278 d.C. Os escritos de Buda, que viveu no século VI a.C., só foram registrados depois da era cristã. A primeira biografia de Buda foi escrita no século I d.C. Embora as palavras de Maomé (570-632 d.C.) estejam registradas no Alcorão, sua biografia só foi escrita em 767 d.C., mais de um século depois de sua morte. Portanto, o caso de Jesus não tem paralelo, e é impressionante o quanto podemos aprender sobre ele fora do Novo Testamento... Ainda que não tivéssemos nenhum dos escritos do Novo Testamento e nenhum outro livro cristão, poderíamos ter um prisma nítido do homem que viveu na Judéia no século I. Saberíamos, em primeiro lugar, que Jesus era um professor judeu; segundo, muitas pessoas acreditavam que ele curava e fazia exorcismos; terceiro, algumas acreditavam que ele era o Messias; quarto, ele foi rejeitado pelos líderes judeus; quinto, foi crucificado por ordem de Pöncio Pilatos durante o reinado de Tibério; sexto, apesar de sua morte infame, seus seguidores, que ainda acreditavam que ele estivesse vivo, deixaram a Palestina e se espalharam, assim é que havia muitos deles em Roma por volta de 64 d.C.; sétimo, todo tipo de gente, da cidade e do campo, homens e mulheres, escravos e livres, o adoravam como se ele fosse Deus. Sem dúvida a quantidade de provas corroborativas extrabíblicas é muito grande. Com elas, podemos não somente reconstruir a vida de Jesus sem termos de recorrer à Bíblia como também ter acesso à informação sobre Cristo por meio de um material mais antigo do que os próprios evangelhos. (Adaptado de 7 pg. 113 e 114).


Conclusão

Pelo que argumentamos acima, diante de tão significativa testemunha documental, podemos afirmar que verdadeiramente Jesus Cristo é um homem da História, tanto que ele a dividiu em antes e depois dele. O pesquisador que acurar a questão sem preconceito chegará à conclusão que as provas são substanciais. As provas existem, mas quem quiser escapar a elas, escapa. Como se, afinal de contas, Jesus nos quisesse deixar a decisão de lhe conceder um lugar na história, na nossa história. Recordemos quando Ele devolveu a pergunta aos apóstolos: "E vós, quem dizeis que eu sou?". Pense nisso!


Bibliografia

01 - Giordani, Mário Curtis. "História de Roma" Antiguidade Clássica II, Editora Vozes, 1968.

02 - http://www.1000questions.net/pt/

03 - http://www.montfort.org.br/veritas/index.html

04 - Macdowell, J., "Verdades que Exigem Um Veredito" Vol. 1, Ed. Candeia, 1992, São Paulo.

05 - mccgedtb.vilabol.uol.com.br/Ged_Tubarao/Reflexoes/reflexoes01.htm

06 - Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

07 - Strobel, Lee, "Em Defesa de Cristo", Editora Vida, 1998, São Paulo.

08 - Armstrong, K., A History of God, New York, Ballantine/Epiphany


Jesus Cristo realmente existiu?
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Além das Sagradas Escrituras, podemos contar com outras provas? Responde-nos Don Stwart: "Várias fontes, além do Novo Testamento, fazem menção de Jesus. São consideradas fontes secundárias, porque não se baseiam em testemunho pessoal dos acontecimentos da vida de Cristo. Mesmo assim, têm seu valor, porque: 1. Dão provas de que Jesus existiu. 2. Confirmam o registro básico da vida de Jesus, documentado no Novo Testamento.
Flávio Josefo (37-100 AD) Excetuando o Novo Testamento, o mais antigo depoimento sobre Jesus que sobreviveu até hoje é o do escritor judeu Flávio Josefo. Disse ele: "Havia por esses dias um homem sábio, Jesus, se é que é licito chamá-lo de homem, pois operava maravilhas - mestre de homens que acolhiam a verdade com prazer. Atraiu a si muitos judeus como também muitos gentios.
"Ele era Cristo; e havendo Pilatos, por sugestão dos principais do nosso meio, sentenciado-o à cruz, aqueles que antes o amavam não o abandonaram, pois apareceu-lhes vivo novamente ao terceiro dia. Isto os profetas Divinos haviam predito, bem como dez mil outros fatos maravilhosos a seu respeito; e a tribo dos cristãos, de quem tomam emprestado o nome sobrevive até hoje (Antiquites, VIII, III).
"Questiona-se a exatidão desta passagem, porque Jesus é mencionado como o Messias (o Cristo). Inteiramente autêntica ou não, ela é testemunho de que Jesus existiu.
Thallus (c. 52 AD). Thallus foi um historiador samaritano cujos manuscritos não subsistiram até os nossos dias. Porém outro escritor - Júlio Africano (221 AD) - cita os escritos de Thallus, dizendo que este tentou dar uma explicação satisfatória do período de três horas de escuridão que ocorreu durante a crucificação de Cristo: "Thallus atribuiu, no terceiro livro de suas histórias, essa escuridão a um eclipse solar - no meu entender é um absurdo."
"A tentativa de Thallus explicar o período de três horas de trevas comprova que tal evento ocorreu. Sua explicação física é inadmissível, porque Cristo morreu na época da Páscoa, quando era lua cheia; e não pode haver eclipse solar em período de lua cheia. Temos uma dívida com Júlio Africano por nos proporcionar este vislumbre dos escritos de Thallus.
A Carta de Mara Bar-Serapion (após 73 AD). O museu Britânico possuí em seu acervo uma carta escrita no primeiro século AD por um pai ao filho que estava preso. O pai faz uma comparação entre as mortes de Sócrates, Pitágoras e Jesus: "O que os judeus ganharam executando seu sábio Rei? Logo após esse fato o reino deles foi destruídos... Mas Sócrates não morreu de vez; continuou vivo nos ensinamentos de Platão. Pitágoras não morreu de vez; continuou vivo na estátua de Hera. Tampouco o sábio Rei morreu de vez; continuou vivo nos ensinamentos que transmitiu."
Plínio, o Moço (C 112 AD). Plínio, o Moço, era governador da Bitínia. Escreveu uma carta ao Imperador Trajano, onde dizia ter matado grande número de cristãos. Disse a respeito deles: "Tinham o hábito de se reunir em dia determinado antes do amanhecer; cantavam um hino a Cristo, em estrofes alternadas, como se fosse a um deus, e faziam o juramento solene de não praticar o mal e nunca negar a verdade quando interpelados" (Epistles, 96).
Suetônio (c. 120 AD). Suetônio era secretário da corte do Imperador Adriano. Escreveu a Cláudio César: "Como os judeus estavam constantemente provocando distúrbios, instigados por Chestus (grafia alternativa de Cristo), ele os expulsou de Roma (Life of Claudius 25.4). Suetônio também escreveu: "Nero fez os cristãos serem punidos, sendo esses um grupo que aderiu a uma superstição nova, nociva" (Lives os the Caesas, 26.2)."
Fonte: Maturidade Cristã nº 26 (2º trim. 1991)

E se a Bíblia for realmente verdadeira?



E se a Bíblia for realmente verdadeira?


Evidências da encarnação de Jesus

David Limbaugh
Gostaria de desafiar você a considerar que a “boa notícia” que celebramos durante a época do Natal é realmente verdadeira.
Você pode escolher crer que a Bíblia é meramente um livro de fábulas com lições morais bacanas, mas há mais abundantes e exatas evidências de manuscritos em apoio ao Novo Testamento do que a qualquer outro livro da antiguidade. Além disso, o número de testemunhas da vida, morte e ressurreição de Cristo, assim como a natureza do testemunho delas, é forte prova da confiabilidade dos relatos da Bíblia, assim como são também as corroboradoras provas arqueológicas e testemunho secular.
Aliás, os escritores do Novo Testamento tinham todo motivo secular para negar que a ressurreição tivesse ocorrido. Por que eles inventariam e apoiariam uma história que os levaria a ser surrados, torturados e mortos?
Portanto, na próxima vez que você ler a Bíblia, considere que você está lendo a inspirada Palavra de Deus e que Jesus realmente disse e fez o que a Bíblia relata, começando com as afirmações dEle sobre Sua própria divindade:
Ele disse: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai… Quem me vê a mim vê o Pai” (João 14:6-9). Ele também disse: “Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou” (João 8:58). Aqui, Jesus afirmou não só ter existido antes de Abraão, mas também que sua pré-existência é eterna. O que é mais importante é que “EU SOU” é um dos nomes de Deus. Além disso, Ele se identificou como o Deus do Antigo Testamento ao proclamar “Eu sou a luz do mundo” (O Salmo 27:1 diz: “O SENHOR é a minha luz e a minha salvação”) e “Eu sou o bom pastor”. (O Salmo 23:1 diz: “O SENHOR é o meu pastor”.) Ao responder ao supremo sacerdote quanto à Sua deidade, Jesus disse: “Eu o sou, e vereis o Filho do homem assentado à direita do poder de Deus, e vindo sobre as nuvens do céu” (Marcos 14:62).
Jesus também cumpriu as profecias do Antigo Testamento acerca do Messias: Ele nasceu de uma virgem, em Belém, na linhagem de Abraão e Davi; Ele foi rejeitado por Seu próprio povo; Suas mãos, pés e lado foram furados, mas nenhum osso foi quebrado; e Ele ressuscitou dos mortos e subiu ao céu.
Jesus afirmou ter autoridade para perdoar pecados. Ele disse ao homem paralítico: “Para que saibais que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados”. Ele disse que Ele é o juiz da humanidade (João 5:25-29).
Jesus atribuiu para si uma honra que só Deus merece (Isaías 42:8), quando Ele disse: “E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse.” (João 17:5) e “Para que todos honrem o Filho, como honram o Pai” (João 5:23). Jesus nos convidou a orar no nome dEle: “E tudo quanto pedirdes em meu nome” (João 14:13). Ele aceitou que outros O adorassem (Mateus 8:2, 14:33, 15:25, 20:20, 28:17), embora o Antigo Testamento claramente proíba adoração a qualquer pessoa, a não ser Deus (Êxodo 20:1-4; Deuteronômio 5:6-9). Até mesmo os anjos se recusam a receber adoração (Apocalipse 22:8,9).
Jesus disse que Ele nos daria coisas que só Deus pode dar. “Pois, assim como o Pai ressuscita os mortos, e os vivifica, assim também o Filho vivifica aqueles que quer” (João 5:21).
Jesus não nos orientou apenas a seguir Seus ensinos, mas também a seguir a Ele (Mateus 10:38).
Jesus realizou muitos milagres, e o maior deles foi Sua ressurreição, que Ele predisse (João 2:19, 21) e foi testemunhada por todos os escritores dos quatro Evangelhos e, entre outros, por Paulo, que disse que Jesus foi visto por mais de 500 testemunhas oculares, a maioria das quais ainda estava viva e poderiam refutá-lo se não fosse verdade (1 Coríntios 15:4).
Os Apóstolos dEle também afirmaram que Ele era Deus: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” (João 1:1); Jesus é o “primeiro e o último” (Apocalipse 1:17, 2:8, 22:13); e “Porque um menino nos nasceu… e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9:6).
Jesus, que afirmou e provou ser Deus, defendeu a autoridade divina do Antigo Testamento (Mateus 5:17-18) e prometeu que o Espírito Santo inspiraria as revelações do Novo Testamento (João 14:26, 16:13). Os escritores do Novo Testamento também deram testemunho de que toda a Escritura foi inspirada por Deus (2 Timóteo 3:16).
A partir do momento em que concluímos que a Bíblia é a Palavra de Deus, teremos prazer nas Escrituras (Salmo 119:92) e, conforme descreveu certo escritor, adquiriremos “aquele grande sentimento de que estamos vivendo na esfera da segurança eterna”.
É real segurança eternal, pois Cristo morreu para que, por meio do nosso arrependimento e confiança nEle, possamos viver. Ora, esse é o verdadeiro significado do Natal e é a melhor notícia que já houve.
Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com
Fonte: WND






Última edição por Eduardo em Sáb Dez 25, 2010 12:55 am, editado 5 vez(es)
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Evidências da encarnação do Jesus histórico :: Comentários

Eduardo

Mensagem Seg Ago 23, 2010 6:42 pm por Eduardo

Quer se tenha respondido não, quer se tenha respondido sim, quer não se tenha resposta, estas questões continuam presentes. De certa forma, não há ninguém que, de uma maneira explícita ou implícita, não tenha levantado estas questões em algum momento da sua vida. Neste livrinho propomos uma primeira aproximação, a partir dos melhores dados de que dispomos actualmente, aqueles que podemos considerar indiscutíveis. A partir deles, cada um verá a forma como fará avançar a sua procura, a sua reflexão. Alguns gostarão de ir mais longe em tal procura; ficaremos felizes se os tivermos ajudado a progredir nesse caminho.
Duas questões queremos propor para introduzir este assunto:

1. Que quer dizer "histórico"?


No sentido mais simples da palavra, dizer que alguém é realmente histórico quer dizer:
1. que essa pessoa existiu realmente;
2. que se sabe sobre ela de uma maneira segura um certo número de coisas;
3. eventualmente, que lhe podem ser atribuídos certos escritos ou palavras.
No que diz respeito às palavras, elas podem ser históricas e "autênticas" quer nas palavras em si, quer na sua significação.
É preciso distinguir a realidade histórica do jornalismo. Por exemplo, quando se fala da derrota de Átila, chefe dos Hunos, nos Campos Cataláunicos (no Leste da França), em 451. Conhecemos o facto, a data, o nome do general que o venceu, Écio, os seus aliados contra Átila. Quanto aio resto, só temos de tal acontecimento aquilo que contaram, à sua maneira, que não é a nossa, um ou outro autor galo-romano do século V. E, no entanto, diremos com toda a razão que Átila, Écio, a batalha dos Campos Cataláunicos, tudo isso são personagens e factos históricos: se formos sérios, não podemos duvidar da sua realidade.

Ora, muitas pessoas hoje não sabem que Jesus é uma personagem que tem uma realidade histórica e que as suas palavras podem ser conhecidas na sua verdade essencial. Propomos aqui, a todos os que quiserem com sinceridade informar-se sobre este assunto, que o examinem connosco. O nosso método consistirá em apresentar o essencial dos conhecimentos actuais em arqueologia, em geografia histórica, em história das instituições, em história da Antiguidade recente, no estudo dos manuscritos e da língua grega da koiné, o grego simplificado que era a língua corrente na bacia mediterrânica na época de Jesus. Quer dizer, para sermos precisos, mais ou menos entre o ano 6 a.C. e o ano 30 d.C. no que respeita à vida de Jesus e provavelmente até ao fim do primeiro século (ano 100), no máximo, para a redacção dos Evangelhos e dos outros livros do "Novo Testamento".
O método consistirá por outro lado em examinar e discutir as principais objecções ou críticas conhecidas. O que elas procuram realmente não é negar que Jesus tenha existido, o que seria impossível, mas tentar contestar em parte a autenticidade do seu rosto e da sua mensagem.
Estas críticas merecem ser examinadas porque correspondem muitas vezes a questões que nós podemos ter e que formulamos de uma forma mais ou menos explícita.
Porque também os crentes levantam essas questões. Isso é normal. Não é por confiar na pessoa e na mensagem profunda de Jesus que o crente deixaria de levantar questões sobre a historicidade de Jesus. pelo contrário, ele levanta as mesmo questões que qualquer outro homem, e talvez com maior acuidade porque quanto mais O ama mais quer conhecer o Seu verdadeiro rosto.
2. Quem procura saber se Jesus é histórico?
Como acabamos de dizer, os crentes, naturalmente, procuram saber mais acerca de Jesus. Mas os descrentes também. Nas grandes bibliotecas europeias, o assunto que compreende mais títulos de livros é Deus. O segundo é Jesus. E isto é provavelmente verdadeiro no resto do mundo.
Como se explica? Há cerca de um bilião e duzentos milhões de cristãos susceptíveis de se interessarem por este assunto. Mas também, entre os quatro biliões de pessoas que não são cristãs, há ainda um certo número que gostariam de saber.
O mais curioso, talvez, é o número de ateus que investigam e que escrevem sobre o tema. Há mesmo um certo número que manifesta uma espantosa energia em criticar e em contestar. Entre estes, há alguns que denunciam uma certa falta de paz interior. Não será que a sua hostilidade venha do facto de terem uma má imagem de Deus? Porque qualquer homem, no segredo do seu coração, só pode aceitar, só pode desejar um Deus bom. E, enquanto não encontrar esse Deus bom, há talvez qualquer parte de si mesmo que ainda não encontrou a alegria.
Por isso, neste livrinho, não temos apenas como objectivo dar elementos de resposta sobre Jesus histórico a crentes mas também, e principalmente, propor esses elementos como tema de reflexão a qualquer homem que procure saber e pronunciar-se de forma correcta e justa:
1º acerca da realidade histórica de Jesus;
2º acerca do que, em Jesus Cristo, pode levar a pensar que Ele seja Deus; e, se sim, que tipo de Deus?
São perguntas que ficam em aberto...
PRIMEIRA PARTE
JESUS É HISTÓRICO?


I. Jesus e os Evangelhos
1. Que são os Evangelhos?
Não podemos estudar a questão de Jesus, sem recorrermos aos Evangelhos. São as principais fontes escritas que falam d'Ele. Antes de prosseguirmos: a que é que chamamos Evangelho?
Os Evangelhos são quatro livrinhos escritos pelos discípulos de Jesus para fazerem conhecer a sua vida e as suas palavras.
"Evangelho" vem de uma expressão grega que quer dizer "boa nova".
Aos quatro Evangelhos (de Mateus, de Marcos, de Lucas e de João), temos que acrescentar os Actos dos Apóstolos. Há ainda vinte e três outros livrinhos que são as "epístolas", isto é, cartas destinadas ao ensino da doutrina cristã e também uma narrativa simbólica acerca do fim dos tempos, o Apocalipse. Este conjunto chama-se o Novo Testamento.
Em relação com este Novo Testamento, os fiéis a Cristo lêem o Antigo Testamento, um conjunto de livros mais antigos, todos anteriores a Cristo e que O anunciam. Este Antigo Testamento é, em termos gerais, o livro sagrado dos Judeus ou Israelitas. Na verdade, para os cristãos, Jesus é o Messias anunciado pelos profetas, esperado por Israel.
Em conjunto, o Antigo e o Novo Testamento constituem a Bíblia ou a Sagrada Escritura.
2. Jesus é histórico? Quem pode responder a esta pergunta?
Certos adversários dos cristãos consideram que só os não-cristãos podem estudar seriamente a história de Jesus 1. Tal posição deve ser considerada como sectária: não será um fanatismo a priori negar a capacidade de um cristão ser histórico ou simplesmente inteligente e honesto? Faz lembrar Voltaire, esse brilhante escritor do século XVIII que, por um lado, se proclamava o campeão da tolerância e, por outro, declarava: "Esmaguemos o infame!", considerando "infame" todo o cristão convicto.
A história é uma procura da verdade em que as paixões de uns e de outros devem prestar justiça aos factos. Os métodos que os cristãos têm para investigar a historicidade de Jesus são os métodos da história. Porque não teriam eles o direito de empregarem esses métodos? Os cristãos têm ao menos uma vantagem: compreendem melhor a personalidade de Cristo do que aqueles que, aberta ou secretamente, O detestam. É bem conhecido que é um elemento favorável em história interessar-se pelo objecto da sua investigação e ser capaz de o compreender...
Os adversários de Cristo, em história, também têm a sua utilidade porque levantam muitas vezes as verdadeiras questões, as que estimulam a pesquisa. Mas não é certo à partida que sejam eles quem dá as melhores respostas.
3. Podemos opor o Jesus do Evangelho ao Jesus da Igreja?
Uma questão que periodicamente vem à baila é que o verdadeiro Jesus, o do Evangelho, não seria aquele que a Igreja nos apresenta hoje.
É a objecção clássica de certos sábios que têm problemas com a fé ou de jornalistas que gostariam de apresentar ao público um Jesus mais cómodo ou, de certa forma, um Jesus que lhes conviesse a eles, liberto de tudo o que lhes parece exigente para viver, difícil para acreditar. Propõem escolher entre um Jesus que dizem "arranjado pela Igreja" e um "verdadeiro Jesus", o deles, que quereriam bem aceitar e que, por isso, crêem ser mais aceitável pelos outros. É esse que eles declaram histórico e que dizem ter encontrado nos Evangelhos. Mas subtraem ao Evangelho as passagens que estragam a sua teoria e acusam a Igreja de as ter acrescentado. É um pouco como naquele filme em que se vê Charlot a fazer a mala: quando a fecha, há um bocado de camisa e uma ponta da gravata que ficam de fora; então, ele agarra na tesoura e corta tudo o que ficou à vista.
Portanto, para estes críticos, universitários ou jornalistas, Jesus teria sido uma personagem política, um agitador social, um filósofo, um profeta de uma religião diferente... tudo menos aquele que a Igreja nos apresenta.
O argumento que lhes é comum e necessário para deixar a sua imaginação à vontade é dissociar Jesus da Igreja. "Jesus não quis a Igreja", "o seu projecto socio-político falhou" mas os discípulos, depois da sua morte, transformaram o caso em doutrina religiosa, que foi continuada por uma associação, a Igreja...
Vejamos desde já o que se sabe sobre este assunto.
Resumamos os factos:


  1. Jesus escolhe doze discípulos privilegiados, os "apóstolos!. Escolhe também, num nível diferente, mais setenta e dois. Envia-os dois a dois pregar o Evangelho à Sua frente, preparar as grandes reuniões numa espécie de porta a porta. É o que se chama formar quadros para perpetuar uma mensagem. É querer fundar uma Igreja.
  2. Jesus diz expressamente a Pedro: "Tu és Pedro e sobre esta pedra construirei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela (Mateus, cap. 16, vers. 18)
    Esta passagem perturba tanto os críticos de que falámos acima que propõem suprimi-la do Evangelho, dizer que ela foi acrescentada (método Charlot).

    Há ainda mais. Jesus, na sequência das palavras anteriores, diz a Pedro: "Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus; o que ligares na terra será ligado nos Céus, o que desligares na terra será desligado nos Céus" (Mateus, cap. 16, vers. 18 e 19).
    Isto quer dizer que Pedro terá autoridade para dizer em que é que se deve acreditar e em que é que se deve não acreditar para conhecer Deus e para ir ter com Ele ao céu para viver no Seu amor.
    Desta forma, é evidente que, se há um Papa, uma Igreja, para definir as coisas essenciais da fé, essa é realmente uma missão dada por Jesus no Evangelho.

  3. Enfin, en lien avec les choses précédentes, on peut lire dans l’Evangile de Saint Jean, dans les dernières recommandations que Jésus fait avant sa mort à ses Apôtres, à son Eglise en formation :
OS DOZE APÓSTOLOS
"Depois, Jesus subiu a um monte e chemou para junto de si aqueles que entendeu. Aprioximara-se e Ele então escolheu doze, para o acompanharem e para os enviar a pregar a Boa Nova, com poder de expulsarem espíritos maus. A esses chamou apóstolos. São eles; Simão (a quem Jesus deu o nome de Pedro), Tiago e João, filhos de Zebedeu (a esses dois deu o nome de "Boanerges", isto é "Filhos do Trovão"), André, Filipe. Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão (do partido dos Nacionalistas) e Judas Iscariotes, aquele que atraiçoou Jesus.
Exangelho segundo S. Marcos,
cap. 3, vers. 13 a 19.
- Encontra-se a mesma lista no Evangelho de S. Mateus, no capítulo10, versículos 1 a 4.
- Encontra-se ainda esta lista dos doze apóstolos no Evangelho de S. Lucas, no capítulo 6, versículos 12 a 16. Mas há aqui uma diferença: no lugar de Tadeu encontra-se "Judas, filho de Tiago". Porquê? Erro dos copistas, incertezas na transmissão, nomes diferentes? Óscar Cullmann, exegeta protestante, fez sobre isso um estudo muito interessante.
De facto, esta pequena diferença é muito importante, como veremos mais à frente. Se tivesse sido a Igreja a inventar tudo o que está nos Evangelhos, particularmente no que toca aos apóstolos, teria dado exactamente a mesma lista em todos os Evangelhos; pelo contrário, conservou piedosamente todas as diferenças.
II. Os Evangelhos confrontados com a História.
São os Evangelhos uma invenção da Igreja?
Se pudemos provar que o Jesus dos Evangelhos é o mesmo que o Jesus da Igreja, temos agora que provar que os Evangelhos correspondem a uma verdade histórica e que esses textos não foram inventados
A esta questão legítima, vamos responder primeiro pela confirmação da historicidade de Jesus e dos primeiros discípulos a partir dos escritores da época:
1. O testemunho dos antigos escritores romanos
- Em primeiro lugar, referir-nos-emos a Plínio o Jovem (em 112), a Tácito (cerca de 116) e a Suetónio (cerca de 120). Ver o quadro anexo.Nenhum deles traz dados concretos sobre a história do próprio Jesus. Mas permitem situar a época em que Ele, e sobretudo os cristãos, comaçam a ser tido em conta na história e na cultura romanas. Permitem também estabelecer uma relação entre os "Actos dos Apóstolos", históriados primeiros cristão escrita por S. Lucas, e a história geral.
Historicamente, Jesus é situado de uma forma bastante precisa pelos historiadores e escritores exteriores à Igreja, aolongo dos primeiros séculos da nossa era, quer sejam historiadores romanos ou judeus, quer sejam outros escritores da época:

1. No ano de 112, Plínio o Jovem escreve numa carta ap imperador romana Trajano, falando dos cristãos:

"Todas as suas faltas ou todos os seus erros, confessaram eles, resumeir-se-iam a reunir-se habitualmente numa data fixa e a cantar entre eles um hino a Cristo como se fosse um Deus".

2.Pelo ano 116, o famoso historiador romano Tácito conta nos seus Anais que Nero, imperador romano, acusado de ter ele mesmo incendiado Roma em 64, acusou os cristãos: "Nero considerou culpados e infligiu tormentos àqueles que eram detestados pelas suas abominações e a quem a multidão chamava cristãos. Este nome vem de Cristo, que foi entregue ao suplício no pontificado de Tibério pelo procurador Pôncio Pilatos 2".

3. Suetónio, outro escritor romano, por volta do ano 120, na Vida dos Doze Césares, faz de um certo "Chrestus" o instigador das perturbações entre os judeus que habitavam em Roma em 48, no tempo do imperador Cláudio, que os teria expulsado.
Ora justamente, o livro dos Actos dos Apóstolos - livro que completa o Evangelho de S. Lucas no Novo Testamente - faz uma alusão directa a esta expulsão, por altura da chegada de S, Paulo a Corinto (Actos, 18, 2 : Áquila e Príscila)
- O testemunho de Flávio Josefo é o mais espantoso. De tal forma espantoso que se chegou a pensar que o texto tinha sido "arranjado" mais tarde pelos copistas cristãos na transmissão do manuscrito.
O caso merecia ser discutido com grande seriedade e foi-o. Flávio Josefo 3 tinha participado na "Guerra dos Judeus", entre o ano 66 e o ano 70. Trata-se da maior revoilta dos Judeus, reprimida por Vespasiano e depois, quando ele foi proclamado imperador, pelo seu filho Tito. Flávio Josefo começou por lutar do lado dos revoltosos; depois, rendeu-se aos romanos e tomou o seu partido. Escreveu em grego, por volta de 93, uma história muito precisa destes acontecimentos. Nessa história, conta a condenação à morte do apºóstolo Tiago. E, depois, fala de Cristo. Um certo número de críticos consideraram então que esta passagem de Flávio era demasiado favorável a Jesus. Mas será que um Judeu romanizado iria tão longe? De acordo com eses críticos, quAlquer copista cristão, ao copiar o manuscrito, teria alterado o texto.
Esta objecção é séria, mas temos vários manuscritos da mesma obra, com origens diferentes. Um sábio israelita, Shlomo Peres, estudou esses diferentes manuscritos e considera ter atingido a "versão mínima" de Flávio Josefo. Ei-la:
"Nesse tempo vivia um sábio chamado Jesus. Comportava-se de uma maneira correcta e era estimado pela sua virtude. Muito foram os que, tanto Judeus como pessoas de outras nações, se tornaram seus discípulos. Pilatos condenou-o a ser crucificado e a morrer. Mas aqueles que se tinham tornado seus discípulos não deixaram de seguir a sua doutrina: contaram que ele lhes tinha aparecido três dias deopiois da sua crucifixão e que estava vivo. Provavelmente ele era o Messias sobre quem os profetas contaram tantas maravilhas".
Todos juntos, estes testemunhos escritos por pessoas próximas dos acontecimentos são suficientes para atestar a existência histórica de Jesus, a sua influência e a sua notoriedade. É certo que são pouco explícitos no que toda a pormenores. Mas que sabemos nós a mais acerca de tantas personagens importantes dessa época, das quais a história reteve os nomes? Praticamente nada, na maior parte das vezes.
2. A realidade histórica dos Evangelhos confirmada pela arqueologia
Os Evangelhos dizem-nos imensas coisas sobre Jesus. Mesmo se o seu objectivo, propriamente dito, não é contar a história dia a dia nem fazer a descrição jornalística como gostaríamos hoje de fazer. Contudo, eles são muito mais precisos do que se pensou durante muito tempo. Acontece que estão cheios de pormenores acerca das cidades e aldeias do tempo, das maneiras de viver, de falar, acerca das personagens oficiais. A história e a arqueologia confirmam que todos estes elementos são exactos, verídicos. Aliás, certos pormenores não podiam ter sido inventadis ou escritosmais tarde porque certas instituições, certas práticas tinham mudado pouco tempo depois da morte de Jesus, particularmente no ano 70., ano da destruição de jerusalém. 1900 anos depois dos acontecimentos, descobre-se que os Evangelhos é que tinham razão ao contrário do que, durante muito tempo, os historiadores julgaram que estava errado, precisamente em algumas das suas passagens: por exemplo, no Evangelho segundo S. João, considerado o mais espiritual e, portanto, o manos concreto, menos preciso, mais afastadio dos tempos e dos locais, encontramos o nome de mais vinte localidades concretas do que nos outros três evangelistas.Um cetrto número destas localidades desapareceram completamente e puderam ser identificadas. Só recentemente os historiadores puderam provar a sua existência.
Também em dada altura se perguntou se a localidade de Nazaré não tinha sido inventada pelos Evangelhos. Porquê? Porque o Antigo Testamento e os antigos comentérios hebraicos não falam dela. Críticos e jornalistas fizeram disto um romance completa 4. Mas, na realidade, já em 1962, uma equipa de arqueólogos israelitas, dirigida pelo prof. Avi Jonah tinha encontrado nas ruinas de Cesareia Marítima uma placa gravada em hebreu, datando co século III antes de Cristo e com o nome da aldeia de Nazaré. Fodas as teorias montadas para provar que os evangelistas teriam inventado a localidade de Nazaré, porque esta palavra tinha um alcance simbólico, cairam à água.
Outro exemplo. Encontrou-se em Jerusalém, a "piscina dos cinco pórticos", a piscina de Bethesda 5, perto da porta das Ovelhas, que os críticos pensaram ser uma realidade mítica.
Em 1927, o arqueólogo francês Vincent encontrou o lithostrotos ou Gabbatha. esse espaço lageado do pretório em que Jesus esteve quando compareceu diante de Pilatosa (Evangelho segundo S. João, capítulo 19, versículo 13). Quanto ao próprio Pilatos, o prefeito romano que condenou Jesus à morte e do qual não se encontrava rasto concreto ao longo de dezoito séculos 6, arqueólogos italianos encontraram em 1961, também nas ruinas de Cesareia Marítima, o seu nome gravado numa pedra com o seu título exacto: praefectus.
Esta verificação a partir dos dados arqueológicos, geográficos e políticos podia ser muito mais desenvolvida. Não temos grande espaço para o fazer aqui. mas cada um poderá compreender até que ponto, com os dados que expusemos acima, este trabalho é sólido. A descrição dos locais, dos monumentos, dos responsáveis políticos e religiosos é muito importante: na verdade, depois do ano 70 e do esmagamento da revolta dos judeus por Tito, muitas destas coisas desapareceram ou foram definitivamente modificadas. Aqueles que foram capazes de as descrever tais como foram antes são boas testemunhas: contam-nos a vida da Palestina como eles próprios a viveram antes do ano 70.
III. A transmissão dos Evangelhos.
Que garantia de autenticidade?
Podemos perguntar agora como é que estas narrativas anteriores ao ano 70 se puderam conservar sem deformação. Com efeito, a imprensa só existe desde 1450. Como é que os Evangelhos se transmitiram do século I ao século XV?
Numerosos sábios estudaram este probroblema.
Nasceu mesmo uma ciència autónoma, a "textografia". Os Evangelhos foram escritos à mão, com tinta, em "papiros" e em "pergaminhos". O papiro é o antepassado do papel. Trata-se de folhas de cana, coladas umas às outras para formarem páginas. Era barato mas frágil. Os pergaminhos eram peles, em geral de carneiro, preparadas para nelas se escrever e que se ligavam umas às outras em cadernos, como se fossem livros. A estes dá-se o nome de "códices".
Existem hoje cerca de cinco mil manuscritos do Novo Testamento. Para algumas obras da Antiguidade não dispomos porvezes senão de uma única cópia manuscrita! O mais antigo manuscrito que conhecemos para os Evangelhos é um bocado de papiro de 9 por 10 centímetros que dá os versículos 31-33 e 37-38 do capítulo 18 do Evangelho segundo S. João 7. Conseguiu-se datá-lo de cerca do ano 125 (no início do século II, quarenta a cinquenta anos apenas depois da redacção do texto).
Há também um fragmento de papiro encontrado em Qumran, perto do Mar Morto, cujas poucas letras parecem poder ser atribuídas ao Evangelho segundo S. Marcos. Esse fragmento seria anterior a 70. Do fim do século II e do III, temos muitos fragmentos, alguns deles muito importantes. A partir do século IV (anos 300 a 400), já temos códices contendo o conjunto dos Evangelhos e todos os outros livros do Novo Testamento (Actos dos Apóstolos, Epístolas e Apocalipse).
Há portanto um período de quarenta anos no que respeita aos primeiros fragmentos e de duzentos e trinta anos para o texto completo, entre o memento em que foram escritos e a mais antiga cópia que chegou até nós.
Para escritores gregos, como Sófocles, Aristófanes, Eurípedes, há catorze a dezasseis séculos entre a morte do autor e o primeiro manuscrito de que dispomos! E nove séculos para Júlio César!
Os métodos de cópia são também muito interessantes porque, ainda que haja falhas, erros ou variantes de vez em quando, no conjunto o texto é muito seguro.
De facto, não há apenas as genealogias das cópias, em que cada uma tem um antepassado diferente. Por vezes, estas linhagens cobrem-se umas ás outras: aquele que ditava aos copistas tinha nas mãos por vezes dois ou vários manuscritos e, dessa forma, as relações verticais entre as cópias cruzaram-se numerosas vezes.
Esta transmissão em "redes interconectadas" é absolutamente única na história dos manuscritos e transmite uma grande certeza de fidelidade. As pequenas variantes ou omissões têm pouco efeito no conjunto das transmissões.


A rede múltipla pela qual os Evangelhos foram transmitidos através de diferentes línguas (grego, árabe, copta, latim) e as múltiplas gerações cruzadas dessas cópias pode ser comparada à estrutura do cérebro em que inumeráveis linhas nervosas são paralelas e podem estrelaçar-se de múltiplas maneiras.


Resumo1º. O Jesus de que falam os Evangelhos quis realmente fundar a Igreja.
O Jesus do Evangelho é o Jesus daIgreja.
2º Quando se comparam os Evangelhos com s história, eles adquirem uma grande força: os historiadores antigops confirmam a existência, a vida de Jesus; as provas históricas e arqueológicas confirmam a verdade dos lugares, do modo de vida, da vida religiosa e política da época.
Os Evangelhos, além disso, não podem ter sido escritos posterormente, porque toda a paisagem histórica foi alterada no ano 70, com a destruição de Jerusalém e as transformações políticas.
3º A trnsmissão dos Evangelhos através de um sistema de cópias em rede múltipla é excepcional e, de longe, o mais fiável de toda a Antiguidade.

Vejamos agora quais são as novas questões que se podem levantar, a partir do momento em que demonstrámos que os Evangelhos são autênticos e nos foram fielmente transmitidos:


1ª. Que podemos saber exactamente acerca de Jesus, da Sua vida e do Seu ensino?
2ª Há vários livros, vários autores: dizem todos eles a mesma coisa no que respeita o essencial? a figura de Jesus é coerente confrontando as diferentes testemunhas?
IV. Que sabemos ao certo acerca de Jesus?
De Jesus, sabe-se ao mesmo tempo pouco e muito.
Pouco, se quisermos fazer jornalismo. Os apóstolos e os evangelistas recolheram as acções de Jesus, na medida em que tinham algum significado para eles. Em contrapartida, não procuraram dizer-nos cuidadosamente, dia a dia, onde é que Ele estava, o que é que Ele fazia. É por isso que querer reconstituir a vida de jesus segundo uma fórmula jornalística actual, como tentou fazer com talento Jacques Duquesne, é romance histórico, com muitas cores mas pouca verdade. O romance, mesmo "histórico" não é história.
Contudo, sabemos muito mais coisas acerca de Jesus do que acerca de muitos homens célebres da sua época e de toda a Antiguidade.
O seu nascimento situa-se num espaço de seis anos: entre -6 e -1. Contamos hoje os anos teoricamente a partir do nascimento de jesus. Mas Dinis o Pequeno, monje que fez em 525 a concordância entre o calendário romano e a era de Cristo, enganou-se provavelmente em seis anos.
O nascimento em Belém é certo, tal como a vida em Nazaré até à vida pública. Herodes o Grande, que reinava por altura do nascimento de Jesus, o outro Herodes que mandou matar João Baptista, o processo e a crucifixão de jesus sob Pôncio Pilatos, as pregaçõe de Jesus à beira do lago de Tiberíades, nas colinas da Galileia ou na Samaria, tudo isso é certo e seguro. A crucifixão teve lugar provavelmente no dia 7 de Abril do ano 30 8.
Mas mais interessante é a pregação de Jesus, os seus actos e a sua significação: não sabemos em que dia Ele disse tal frase, mas temos a certeza de que a disse. Sobre estes opontos, os Evangelhos eo Novo Testamento são extraordinariamente fiáveis.Vamos ver como e porquê.
V. As provas da autenticidade do ensino de Jesus
Se uma pessoa escreve um livro. é preciso provar que foi mesmo ela quem escreveu o texto que é impresso: temos o texto mas não é sempre fácil provar que o autor oficial é o autor real. Quando essa questão se põe, recorremos à coerência entre o que está escrito naquele livro, o que o mesmo autor pode ter escrito noutros livros e o que os seus amigos ou outras pessoas que foram testemunhas da sua vida dizem dele.
No que diz respeito a Jesus, Ele não escreveu nenhum livro. Mas temos vinte e sete testemunhos escritos: os vinte e sete livros do Novo Testamento.
Em primeiro lugar, os quatro Evangelhos: são eles que directamente contam a vida e os ensinamentos de jesus. Mas também os outros escritos explicitam, comentam a doutrina de jesus e permitem verificar a sua coerência.
Essa coerência é excepcional e desafia os séculos. O que Jesus quis que nós soubéssemos acerca da Sua vida e dos Seus ensinamentos, podemos conhecê-lo perfeitamente. E isso é um facto histórico incontornável: Jesus viveu, testemunhou, curou doentes, ensinou, deu a sua vida: temos acesso com toda a segurança a esses factos e a esse ensinamento!
Como?
Alguns adversários do cristianismo põe em grande relevo todas as divergências que encontram nos Evangelhos: por exemplo, a data da morte , catorze ou quinze de Nisan (a diferença é grande!), o nome ou os cognomes dos apóstolos, o número de viagens de jesus a Jerusalém. Até mesmo a sequência palavra a palavra com que nos foram transmitidos os ensinamentos.
Que responder?


    1. Todos os verdadeiros historiadores e todos os juíxes e advogados experientes nos dirão que as divergências nos pormenores não são um obstáculo mas uma confirmação da veracidade dos ensinamentos: ficamos certos de estar em presença de um conjunto de testemunhas verdadeiras e noa de uma única testemunha que teria ensinado a lição aos outos.

    2. . O que é mais extraordinário é que, para além das divergências, é a mesma doutrina de fundo que é expressa. E isso é impossível de inventar.
      Pessoas simples, sem muita instrução. dispersas pelo mundo romano da época que era já oriental (língua grega) e ocidental (língua latina), vivendo sob perseguições, como poderiam elas produzir narrativas diferentes da mesma doutrina se essa doutrina não existisse já nsa base? E como teriam podido, de um momento para o outro, referir nomes de aldeias, pormenores de edifícios (a piscina de Bethesda, por exemplo) e descrever as maneuiras de viver, os papéis sociais e políticos que tinham desaparecido na tormenta dos anos 66-70? Alguns elementos, como vivos, tiveram de esperar 1900 anos para que a arqueologia os comprovasse, como foi o caso da inscrição do prefeito Pilatos, o nome de Nazaré gravado no séc. III a.C., as lages de Gabbatha...

    3. Um dos elementos que tem um grande peso para a autenticidade é o facto de que, nos Evangelhos, as testemunhas não escondem os erros nem as fraquezas dos apóstolos: por exemplo, quando Pedro renega Jesus, aquele Pedro a qum Jesus tinha anunciado que seria a pedra angular da Sua Igreja; outro exemplo é o da severidade de jesus para com Pedro, quando lhe diz: "Afasta-te de mim, Satanás", por Pedro lhe ter suplicado que não aceitasse a paixão nem a condenação à morte.
      Os Evangelhos não escondem também o que vai ser difícil para a pregação: anunciar um "Messias" - um Cristo - morto na cruz era, segundo as palavras de S. Paulo, "um escândalo para os Judeus e uma loucura para os Romanos" e para os outros não-crentes da época.
      Há portanto uma evidência contra a qual esbarram todos os ataques: a preocupação pela verdade nos Evangelhos ultrapassou qualquer outra consideração.

      Esta preocupação pela verdade atravessa todos os textos (e há vinte e sete!) do Novo Testamento. É esta preocupação pela verdade e esta coerência das testemunhas, dispersas geograficamente, que dão a certeza da historicidade da vida e do ensino de Jesus.



Conclusão sobre a historicidade de Jesus

É certo que Jesus viveu verdadeiramente há 2000 anos e os EvAngelhos permitem uma aproximação muito grande em relação á Sua história.A Igreja tem razão em acreditar que conhece os Seus ensinamentios a partir dos Evangelhos. A todas as provas, hipºóteses e verosimilhanças reunidas junta-se, em último lugar, a íntima convicção, tal como acontece num processo que vai a tribunal.
No que diz respeito à historicidade da vida, da morte, dos ensinamentos de Jesus, as provas não podem obrigar ninguém. Elas existem, mas quem quiser escapar a elas, escapa. Como se, afinal de contas, Jesus nos quisesse deixar a decisão de Lha conceder um lugar na história, na nossa história. Recordemos quando Ele devolveu a pergunta aos apóstolos: "E vós, quem dizeis que eu sou?" Não vale a pena pedir provas à história. Ela já as deu de forma suficiente. É a cada um de nós que cabe pronunciar-se em liberdade e em verdade.
É então que aparece a segunda questão: Jesus Cristo é Deus? É Ele mesmo que afirma ser Deus? Filosoficamente, isso é possível? Se sim, qual seria então o rosto de Deus?
SEGUNDA PARTE:
JESUS CRISTO É DEUS?


O desafio incrível da historicidade de Jesus é que este homem tem o nome ligado à eventualidade de ser Deus. É uma das razões pelas quais tantros homens inteligentes têm dificuldades em reconhecer a historicidade de Jesus: têmmedo de dizer "sim" e de se sentirem obrigados a reconhecer a Sua divindade. Jesus, entre todas as pessoas da história, é a que congrega mais reacções. A Sua pergunta: "E vós, quem dizeis que eu sou?" ultrapassa a história e a existência. Não é só Jesus que está em questão, somos nós próprios também.
Não temos a intenção de responder a este problema em algumas páginas e muito menos à formas comno cada um o levanta. Preopomo-nos apenas abrir uma porta a este mistério. São estes os pontos que poremos em relevo:
1. Jesus pretende ser Deus? Renuncia a ser homem?
2. Jesus e ideia que os filósofos têm de Deus.
3. O paradoxo de Jesus-homem e de Jesus-Deus.
4. Porquê este Deus e não outro?
5. Que imagem de Deus nos dá Jesus Cristo?
I. Jesus Cristo afirmou ser Deus?
Quando se toma a sério a existência histórica de Jesus Cristo, podemos perguntar-nos se verdadeiramente Ele afirmou ser Deus, de tal modo o vemos como um verdadeiro homem.
Um certo número de pensadores actuais insiste em que Jesus não teria dito que era Deus: teriam sido os Seus discípulos que embelezaram a história depois da morte dele.
É exacto que, nos primeiros tempos da Sua vida pública, Jesus evitava cuidadosamente ser chanado "Messias", um termo misterioso mas muito importante para os Judeus da época. Escondia e tentava esconder que era o "Santo de Israel", o "Messias", o "Filho de Deus".
Isto explica-se muito bem. Com efeito, os Judeus no século I esperavam um Messias que não se sabia muito bem o que iria ser. "Cristo" é uma palavra grega que significa "Messias", aquele que recebeu uma unção com o óleo bento por Deus, tal como o rei David. Mas esta "esperança de Israel" era muito diferente de pessoa para pessoa: para os nacionalistas e para os religiosos (entre uns e outros não havia grande diferença), o Messias devia ser um libertador político para devolver a independência de Israel em relação aos Romanos. Para alguns outros, como a Virgem Maria, Isabel, Simeão, Ana, etc., era muito mais profundo. Era a espera da Promessa de Deus, promessa de salvação, promessa de ressurreição (também os Fariseus, de quem se fala muito nos Evangelhos e nos Actos dos Apóstolos, acreditavam na ressurreição dos mortos).
Mas esta promessa de Deus, ninguém conhecia ainda o que seria: Jesus vai revelá-la pouco a pouco, evitando reforçar as falsas imagens do Messias.
O "Filho do Homem"
Várias vezes ao longo do Evangelho, Jesus fala do "Filho do Homem", aplicando progressivamente esta expressão a si próprio. Que quer ela dizer?
Há num livro do Antigo Testemento, o livro do profeta Daniel, a expressão e a imagem do "Filho do Homem" (Daniel, capítulo 7, versículos 9 a 14 e 15 a 28). Esta expressão designa ao mesmo tempo um homem filho de homem, de condição humana, e um homem que ultrapassa misteriosamente a condição humana: "O seu império é um império eterno que não acabará" e "Eis que, sobre as núvens do céu, vem como que um filho de homem..."
Já o profeta Ezequiel (capítulo 1, versículo 26) tinha falado de um ser sentado no famoso "carro de Ezequiel"; esse ser tem "uma aparência humana" e, ao mesmo tempo, é "a glória de Deus".
Portanto, por muito misteriosa que essa figura fosse no tempo de Jesus, é esse o título que Ele vai reivindicar diante dos seus juízes no grande tribunal judeu, o Sinédrio: "Doravante, o Filho do Homem sentar-se-á à direita do Poder de Deus" (Lucas, cap. 22, vers. 69).
E então, continua a narrativa, "todos disseram: 'Tu és portanto o Filho de Deus?' E Ele declarou-lhes 'Vós o dizei, Eu sou'" (Lucas, cap. 22, vers. 70).
Resumamos: Jesus reivindicou realmente, quando chegou a sua hora, o facto de ser Deus. Tal como reivindicou o facto de ser verdadeiramente um homem: "Em mim, diz Ele na substância, Deus fez-se homem para vir ao vosso encontro 9". Faz solenemente esta declaração no momento preciso em que sabe que vai ser condenado à morte.
II. O Deus de jesus Cristo é o Deus dos filósofos?
Alguns poderiam pensar que, quando jesus reivindica ser Deus, o faz apenas nos termos do pensamento teológico do povo judeu. Que relações teria esse Deus com o Deus dos filósofos, aquele Deus sobre quem as pessoas de todos os tempos parecem ter chegado a acordo acerca das suas qualidades mínimias (se é que de facto Ele existe)?
Jesus Cristo parece que tinha mesmo previsto esta questão. De facto, reivindicou para si o facto de ser o Deus de israel e, ao mesmo tempo, o Deus universal segundo a razão. Há no Evangelho uma passagem muito significativa a este respeito (S. João, capítulo 8, vers. 56 a 58).
Os Judeus discutiam com Ele. Vejamos a passagem essencial:
"Abraão, vosso pai, exultou só de pensar que vceria chegar o meu dia. Viu-o e ficou cheio de alegria":
Os Judeus disseram-lhe então: "Ainda não tens cinquenta anos e já viste Abraão!?"
Jesus disse-lhes:
"Em verdade, em verdade, vos digo: Atnes que Abraão existisse, Eu sou!"
Ouvindo isto, os Judeus pegaram em pedras para lapidarem Jesus, porque Ele reclamava o estatuto divino, Ele declarava-se Deus. Como não O aceitavam como Deus, a única saída era considerá-lO blasfemo, quer dizer, que insultava gravemente Deus.
No entanto, o que nos interessa não é a recusa dos Judeus nem as suas consequências, mas a declaração de jesus.
Esta declaração-afirmação de divindade é deveras espantosa: refere-se aos textos antigos específicos de Israel e, ao mesmo tempo, remete-nos para o Deus que qualquer homem tem o direito de exigir. Referindo-se ao contexto bíblico específico de Israel, recorda que Deus, no Antigo Testamento, se apresentou a Moisés com o nome "Eu sou Aquele que é" (Êxodo, capítulo 3, vers. 14) e como Deus de Abraão, Isaac e Jacob (Êxodo, cap. 3, vers, 6).
Afirmando "Eu sou" - para além de qualquer referência temporal -, Jesus reivindica a divindade nos termos das exigências dos filósofos. isto é, como eternidade ou como eterno presente. Deus não tem princípio nem fim. É o Absoluto. Aquele cuja existência não depende de ninguém. É, ao mesmo tempo, o Deus de Abraão, de Isaac, de Jacob, o Deus do Israelitas e o Deus da criação.
III. Como é que Jesus assume o paradoxo: ser homem e Deus?
Para ajudar a compreender este assunto, escolhamos uma imagem no Antigo Testamento, precisamente no momento em que Deus se revelou a Moisés como "Aquele que é": a história da sarça ardente.
É uma manifestação muito bela de Deus que anuncia, cerca de 1500 anos antes, o mistério de Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
Moisés, que guardava os rebanhos do seu sogro Jetro, viu nos campos do Sinai um arbusto que ardia sem se consumir (Êxodo, cap.3) Aproximou-se para ver aquela maravilha e, do arbusto, ouviu uma voz que lhe falava:
"Eu sou o Deus dos teus pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, o Deus de Jacob".
Pouco depois, Moisés perguntou-lhe o nome e é então que Ele responde: "Eu sou Aquele que é", Era a esta mesma expressão que Jesus fazia se referia na discussão com os Judeus que citámos acima: "Eu sou". Mas esta imagem fantástica do arbusto que arde sem se consumir é também a imagem do Deus criador - o Deus todo-poderoso que vem na criação, naquele arbusto e que, em vez de tudo queimar, de tudo fazer explodir por ser tão poderoso, é capaz de mostrar a Sua presença simbolizada pelo fogo, sem que nenhuma folha nem haste sejam destruídas.
Portanto, e da mesma maneira, quando Deus se faz homem em Jesus Cristo, a Sua omnipotência naõ faz explodir a natureza humana. É isso que a Igreja reconhece quando diz que Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem.


Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, consubstancial ao Pai.
E por nós, ho,ems e para nossa salvação, desceu do Céu. E incarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria. E se fez homem"
Credo de Niceia-Constatinopla, resumo da fé cristã.
IV. Porquê o Deus de Jesus Cristo e não outro?
Por Jesus Cristo, conhecemos o Deus-Trindade, Aquele que é em três pessoas, o Pai, o Filho (Jesus Cristo) e o Espírito Santo. Mas somos mesmo obrigados a acreditar em Jesus Cristo, ou podemos encontrar outros Deuses?
Não pode haver senão um único Deus: então é o de Jesus Cristo (em três pessoas que têm o mesmo Amor, a mesma vontade). Não pode haver outro ao mesmo tempo, senão o primeiro não seria Deus, o Absoluto.
Então? Sou livre de acreditar em outro Deus, que não Jesus Cristo? Se encontrarem algum que seja melhor Deus do que Jesus Cristo, fiquem com Ele! Quanto a achar outra religião, vejam o que dizia Talleyrand 10. Um dos célebres "homens das luzes" que marcaram a Revolução Francesa propunha que se arranjasse uma nova religião para substituir o cristianismo e queria fazer votar esta proposta pelos deputados. Ao fim de cinco minutos, Talleyrand interrompeu-o para dizer: "Acreditaremos em si, meu caro senhor, quando tiver morrido por essa sua religião e tiver ressuscitado três dias depois!"
V. Que imagem de Deus nos dá Jesus Cristo?
Responder a isto é continuar a resposta anterior. Muitas pessoas têm medo de Deus. Um dia, na Sibéria, pouco tempo depois do fim do comunismo (1992), alguns estudantes fizeram-nos esta pergunta. "Agora que nos libertámos dos comunistas, vamos tornar-nos escravos de Deus?"
Quando se faz esta pergunta a Jesus Cristo, Ele responde, não por psalavras mas por actos, mais ou menos assim:
"O Deus que nós somos, o meu Pai e Eu, mostro-o todos os anos pelo Natal, quando venho nascer no meio de vós. Venho ao mundo, ao vosso encontro, como um menino e não como um ditador para vos dominar.
Compreendem então que o que procuro, não é pressionar a vossa liberdade através da força ou do medo, mas sim obter o vosso amor? E ninguém ama se o não fizer em liberdade".

Entre muitas outras imagens de Deus que Jesus Cristo nos dá, há também a do pai que perdoa:
Na cruz, quando está a morrer, condenado à morte por nós homens, Jesus disse a Seu Pai: "Perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem". Depois, também na cruz, quando o malfeitor, o "bom ladrão", lhe disse: "Jesus, lembra-te de mim quando vieres com o Teu Reino", Jesus respondeu:


"Em verdade, em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso".

Evangelho segundo S. Lucas, cap. 23, vers. 39-43.
Um Deus que perdoa e dá o Céu! Haverá algum Deus melhor do que Ele?



1) É o caso de Jérôme Prieur e Gérard Mordillat, autores de uma série televisiva chamada Corpus Christi. Nela apresentaram a imagem do seu "Jesus" tal como a conceberam eles mesmos. Acham que racionalistas e cristãos são incapazes, tanto uns como outros, por causa dos seus preconceitos, de estudar correctamente a história e, por isso, de apresentar honestamente Jesus.
2) a. O título de Pôncio Pilatos era, na realidade, "prefeito". Na época de Tácito, os representantes romanos deste tipo e espoecialmente o da Judeia, tornaram-se "procuradores". Quanto aos Evangelhos, falam "daquele que governa", sem precisar o título. A arqueologia (ver adiante) confirmará o título de praefectus para Pilatos.
b. Tácito relata mais tarde (Histórias, III, 65-75) a espantosa história da transformação moral de Flávio Clemente, cônsul. Dião Cássio, outro historiador romana, conta que este Flávio foi executado às ordens do imperador Domiciano por crime de "ateísmo", isto é, porque era cristão e recusava-se a adorar os deuses oficiais. Ora Flávio Clemente era primo irmão do impºerador e tinha dois filhos que Domiciano queria fazer seus sucessores (Dião Cássio, I - LXVII, cap. XIV. Ver também Suetónio, Domiciano.

3) Historiador do 1º século. Judeu romanizado, escreveu em grego a Guerra dos Judeus e as Antiguidades Judaicas.
4) Por exemplo, num programa de televisão Arte, emitido em França na Semana Santa de 1997 e nada 1998. Lembremo-nos que este programa não se refere minimamente à arqueologia, considerando a existência de "um só território, o da literatura".
5) "Ora existe em Jerusalém, perto da porta Probática (a "porta das ovelhas"), uma piscina que se chama em hebreu Bethesda e que tem cinco pórticos..." (Evangelho segundo S. João, capºítulo 5, versículo 2).
6) Ainda que Pilatos seja várias vezes citado por Flávio Josefo.
7) Trata-se do papiro Rylans nº 457, encontrado no Egipto pelo sábio britânico Grenfell em 1920 e decifrado em 1935 por C.H.Roberts.. Considera-se hoje que as narrativas orais dos Evangelhos só teriam passado à escrita no 3º quartel do século I.
8) Véspera da Páscoa, 14 do mês de Nisan. A Páscoa do ano 30 foi a 15 de Nisan, 8 de Abril. Pôncio Pilatos foi prefeito da Judeia de 26 a 36.
9) É certo que, ao longo da sua vida pública, Jesus vai empregar diferentes expressões e parábolas para dizer esee facto inaudito: o esposo e a esposa, o reino de Deus, o filho do dono da vinha, a pérola perciosa. Mas a expressão "Filho de Homem" é suficiente para tratar este assunto.
10) Francês ilustre, atravessou todo o período que envolveu a Revolução Francesa e o período que se lhe seguiu: foi deputado aos Estados Gerais, diplomata, amigo de Napoleão, ministro e negociador no Tratado de Viena que devolveu a paz à Europa (1815).

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Eduardo

Mensagem Qua Set 01, 2010 2:51 pm por Eduardo

Evidências da encarnação do Jesus histórico Dali-CruxificacaoEvidências da encarnação do Jesus histórico Pic_clay_jones
Por Clay Jones (*)

Primeiramente, e eu não posso enfatizar este pensamento, a noção de que Jesus não foi uma personagem histórica, mas apenas uma reciclagem de antigos mitos, constitui a falácia post hoc ergo propter hoc (depois disto, então por causa disto). Apenas porque algo segue de forma cronológica outra coisa, isto não implica que necessariamente aquilo que o precedeu é sua causa. Por exemplo, se alguém disser “toda vez que levamos Maria ao parque chove; então não levaremos mais Maria ao parque”, ele estaria cometendo a falácia post hoc. Semelhantemente, mesmo que houver cenas paralelas que antecedam a vida de Jesus (as quais não existem), isto não significa necessariamente que aqueles outros mitos foram a causa da crença a respeito de Jesus. Ao contrário, a evidência para a vida de Jesus deve ser examinada em seus próprios méritos.

Segundo, esta ideia está historicamente errada desde o começo. Tryggve N. D. Mettinger em The Riddle of the Resurrection: “Dying and Rising Gods” in the Ancient Near East [O enigma da Ressurreição: “Morte e ressurreição dos deuses” no Antigo Oriente Próximo] escreveu: “Não há, pelo menos que eu saiba , nenhuma evidencia prima facie [à primeira vista] de que a morte e a ressurreição de Jesus seja uma construção mitológica, calcada nos mitos e ritos de morte e ressurreição de deuses ao redor do mundo.” [1]

Eu então menciono especificamente dois deuses que ela [a repórter que consultou Clay Jones] tinha apresentado em um artigo prévio – Krishna e Mithras. Sobre a suposta ressurreição de Krishna, o apologista Mike Licona escreveu o seguinte:

O que Ms. Murdock’s [AKA, Acharya S], afirma sobre Krishna é tão similar a Jesus que o Cristianismo deveria ter copiado do Hinduísmo? Dr. Edwin Bryant, Professor de Hinduismo na Rutgers University é um estudioso em Hinduismo.

Por ocasião da escrita deste paper, ele tinha justamente traduzido o Bagavata-Purana (vida de Krishna) para Penguin World Classics e está atualmente escrevendo um livro que será intitulado A busca pelo Krishna histórico.

Quando eu o informei que Ms. Murdock escreveu um artigo afirmando que Krishna fora crucificado, ele respondeu “que isto é um absoluto e completo non-sense. Não há absolutamente nenhuma menção em qualquer parte que aluda à cruxifixão.” Ele também acrescentou que Krishna foi morto por uma flecha de um caçador, que acidentalmente o acertou no calcanhar. Ele morreu e ascendeu. Isto não é uma ressurreição. Os sábios que foram lá até ele não puderam realmente vê-lo. [2]

Observando Mithras morrendo e sendo levantado, Günter Wagner escreveu: “Mithras não pertence aos deuses mortos e ressurretos, e nenhuma morte e ressurreição ritual têm sido associadas com seu culto em algum tempo. Além disso, levando em conta seu desenvolvimento tardio, não há dúvidas de que o culto a Mithras não influenciou o Cristianismo primitivo.” [3]

Terceiro, há expressivo testemunho extra-bíblico da vida de Jesus. Por exemplo, os romanos suspeitaram que o Imperador Nero teria causado o incêndio que destruiu Roma em 64 d.C. No ano 109 Tacitus escreveu sobre isto:


Consequentemente, para se livrar do falatório, Nero imaginou os culpados e infligiu as mais intensas torturas em uma classe odiada por suas abominações, chamados cristãos pela plebe. Christus, de cujo nome se originaram, sofreu a extrema penalidade durante o reinado de Tiberius sob as mãos de um de nossos procuradores, Pôncio Pilatos. Esta superstição assaz maligna, ainda que suprimida momentaneamente, de novo insurgiu, não somente na Judeia, local de origem do mal, mas em toda Roma, onde todas as coisas repugnantes e vergonhosas de cada parte do mundo encontram seu centro e se tornam populares. Consequentemente, uma sentença foi primeiro ordenada a todos que se revelavam culpáveis; então, por meio de denúncia deles, uma imensa multidão foi aprisionada, não tanto pelo crime de incendiar a cidade, como por serem abomináveis à Humanidade. Zombava-se de cada destino dos que se somavam aos mortos. Cobertos com peles de animais, eles eram despedaçados por cães e morriam, ou eram pregados em cruzes, ou eram queimavam em tochas, servindo como luminárias noturnas, quando a luz solar expirava.” [4]

Aqui Tácito substancia que os cristãos tomaram seu nome de uma personagem histórica chamada Christus que “sofreu a extrema penalidade” durante o reinado de Tiberius, sendo sentenciado por Pôncio Pilatos. E o que a referência à “superstição assaz maligna” poderia ser? Que Jesus ressuscitou dos mortos! Era este testemunho dos primeiros cristãos da ressurreição de Jesus que levou-os a terem seus corpos queimados em sacrifício no coliseu romano.

Quarto, a noção de que Jesus nunca existiu é pregada apenas por extremistas insanos. Eu aponto, a la Gary Habermas, que a devastadora maioria dos estiosos céticos do NT, mesmo aqueles que não se consideram cristãos no todo, consideram Jesus como sendo uma pessoa histórica. Qualquer crente contrário a isto é tolo.

Considere 1 Coríntios 15:3-8:

Pois o que primeiramente lhes transmiti foi o que recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, Segundo as Escrituras, foi sepultado e ressuscitou no terceiro dia, segundo as Escrituras, e apareceu a Pedro e depois aos doze. Depois disso apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez, a maioria dos quais vive, embora alguns já tenham adormecido. Depois apareceu a Tiago e, então, a todos os apóstolos; depois destes apareceu também a mim, como a um que nasceu fora de tempo.

Sobre isso, mesmo o liberal co-fundador do Jesus Seminar, John Dominic Crossan disse que 1 Coríntios foi “escrito em Éfeso no inverno de 53-54 C.E.…” [5] e o estudioso não-cristão do Novo Testamento Gerd Gerd Ludemann escreveu que “nós podemos admitir que todos os elementos na tradição [de 1 Co. 15:3-8] são datados como sendo dos primeiros dois anos após a crucifixão de Jesus.” [6]

Aqui estão mais algumas citações de estudiosos céticos:

John Dominic Crossan: “Que ele foi crucificado é claro como qualquer outro fato histórico poderia ser.” [7]

Crossan: “Eu tomo isto absolutamente para garantir que Jesus foi crucificado sob Pôncio Pilatos. Seguramente sobre o fato da Crucificação derivar não somente de inverossimilhança que os cristãos poderiam ter inventado, mas também de dois primitivos e independentes testemunhos não-cristãos disto, um judeu de 93-94 C.E. e um romano de 110 ou 120 C.E.” [8]

Gerd Ludemann: “É certo que Jesus foi crucificado em torno do ano 30.” [9]

Ludemann: “O fato de Jesus morrer como consequência da crucificação é indisputável.” [10].

Eu enfatizo que estas pessoas seriam os primeiros estudiosos do rank a poderem descrer de que Jesus ressuscitou dos mortos, mas eles certamente não têm dúvidas de que Jesus viveu de novo!

Ela então me perguntou sobre a ressurreição de Cristo (a qual parecia um pouco fora do assunto) e eu apontei que os primeiros cristãos imediatamente começaram a pregar que Jesus foi ressuscitado logo após Sua crucifixão. Assim, o ateu Michael Martin, em The Case Against Christianity [O caso contra o Cristianismo], escreveu que “é correto que a ressurreição foi proclamada pelos primeiros cristãos.” [11] Além disso, considere as palavras de Gerd Ludemann:

Pode ser tomado como historicamente certo que Pedro e os discípulos tiveram experiências depois da morte de Jesus, nas quais Jesus aparece a eles como o Cristo ressurreto… A única coisa que nós certamente podemos afirmar como sendo histórica é que houve aparições da ressurreição na Galileia (e em Jerusalém) logo após a morte de Jesus. [12]

Desta forma, Bart Ehrman, não-cristão e estudioso do Novo Testamento, escreveu:


Historiadores, evidentemente, não têm dificuldades quaisquer para falar sobre a crença na ressurreição de Jesus, desde que isto seja significativo para um registro público. Por ser um fato histórico que alguns dos seguidores de Jesus vieram a crer que ele tenha ressuscitado da morte logo após sua execução. [13]

Lucas 1:1-4: “Visto que muitos têm empreendido fazer uma narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram, segundo no-los transmitiram os que desde o princípio foram testemunhas oculares e ministros da palavra, também a mim, depois de haver investido tudo cuidadosamente desde o começo, pareceu-me bem, ó excelentíssimo Teófilo, escrever-te uma narração em ordem. para que conheças plenamente a verdade das coisas em que foste instruído.”

Amém.


(*) Clay Jones, D.Min., Professor Assistente de Apologética cristã na Biola University. Este artigo é uma adaptação do texto postado originalmente em no blog do autor.

[1] Tryggve N. D. Mettinger, The Riddle of the Resurrection: “Dying and Rising Gods” in the Ancient Near East (Stockholm: Almqvist &Wiksell, 2001), 221. Veja também Jonathan. Z. Smith: “A história da iniciativa comparativa, revisada nestes capítulos, tem sido a história de uma jornada reponsabilizada como má fé. O interesse [dos céticos] tem raramente sido cognitivo, mas de preferência quase sempre apologético. Deste modo, nenhum outro propósito de comparação tem sido entretecido além da genealogia.” Jonathan. Z. Smith, Drudgery Divine: On the Comparison of Early Christianities and the Religions of Late Antiquity, (Chicago: University of Chicago, 1990), 143.
[2] Mike Licona documentou uma conversa pessoal com Edwin Bryant em “A Refutation of Acharya S’s book, The Christ Conspiracy”, http://www.risenjesus.com/index.php?option=com_content&task=view&id=22&Itemid=109 [Accessed 8-12-2010]. Este é um fabuloso recurso para os que argumentam a respeito de comparações entre Jesus, Krishna e Buda. [3]Günter Wagner, Pauline Baptism and The Pagan Mysteries: The Problem of the Pauline Doctrine of Baptism in Romans VI. 1-11, in the Light of its Religio-Historical “Parallels”, trans. J. P. Smith (Edinburgh: Oliver & Boyd, 1967), 67-68.
[4] http://classics.mit.edu/Tacitus/annals.11.xv.html.
[5] John Dominic Crossan, The Historical Jesus: The life of a Mediterranean Jewish Peasant (New York: HarperCollins, 1991), 427.
[6] Gerd Ludemann, Resurrection of Jesus: History, Experience, Theology (Philadelphia: Fortress Press, 1995), 38.
[7] John Dominic Crossan, Jesus: A Revolutionary Biography (San Francisco: HarperCollins, 1987), 179.
[8] Crossan, The Historical Jesus, 372.
[9] Gerd Ludemann, What Really Happened to Jesus?, trans. John Bowden (Louisville: Westminster John Knox, 1995), 8.
[10] Ludemann, Resurrection of Jesus, 39.
[11] Michael Martin, The Case Against Christianity (Philadelphia: Temple University, 1991), 90.
[12] Ludemann, What Really Happened to Jesus?, 80, 81.
[13] Bart D. Ehrman, Jesus: Apocalyptic Prophet of the New Millennium (Oxford: OUP, 2001), 231.

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