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Moralidade Ordenada por Deus e Voluntarismo (por William Lane Craig)

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Questão:

Caro Dr. Craig,

Eu sou ateu. Eu ouvi alguns de seus podcasts, mais especificamente aqueles dois discutindo as atrocidades do Antigo Testamento e o fundamento objetivo da moralidade e percebi uma contradição: Existe de fato uma diferença entre “moralidade ordenada por Deus” (uma teoria que você defendeu em um podcast) e “voluntarismo” (ao qual você se opôs em outro)?

No podcast de 3 de Março de 2008, “Did God Commit Atrocities?” [Deus cometeu atrocidades?], após lançar dúvida sobre a doutrina da inerrância bíblica em relação aos relatos do Antigo Testamento de massacres em massa como estes tendo sido ordenados por Deus (o que pareceria haver ramificações, dado sua forte defesa da confiabilidade de episódios bíblicos como a tumba vazia) você sai em defesa da opção alternativa, ao assumir a validade das histórias de atrocidades, colocando-as, obviamente, em “contexto”.

Você emprega o conceito de “moralidade ordenada por Deus”, descrita (grosso modo) como uma teoria ética na qual nossos valores morais são constituídos pelos comandos de Deus: São as ordens de Deus que nos dizem o que é certo e errado, são eles que determinam o que devemos ou não fazer. Se Deus dá a você uma ordem para fazer algo, isto se torna seu valor moral. Na verdade, seria errado a você não obedecer à ordem. Uma vez que Deus não dá ordens a si mesmo, ele não possui obrigações morais para cumprir, na verdade, ele simplesmente age de acordo com sua natureza, que é amor, bondade, compaixão, etc.

Você então lava suas mãos sobre os cananeus e suas crianças descartáveis: Deus não está sob nenhuma obrigação de prolongar a vida de ninguém. A vida é um presente de Deus, ele não possui obrigação moral de prolongá-la. Ele pode fazer de sua vida como lhe aprouver. Deus não está sob nenhuma obrigação moral de prolongar a vida destes cananeus, mesmo as crianças. Crianças morrem o tempo todo no mundo por doenças, acidentes e vários tipos de coisas.

Eu não estou tão animado assim em atribuir um rosário de belos adjetivos, repetidos em seus podcasts (“amoroso”, “justo”, “bondoso”, “compassivo”) a um ser superior que cometeria tais atos. Eu imagino que os cananeus tinham uma visão diferente sobre o deus hebreu Yahweh.

Mas deixando isto de lado, sua abordagem não torna a moralidade de Deus subjetiva?

Na visão que você defendeu em seu podcast, moralidade é na verdade simplesmente o que Deus diz que devemos fazer: Em alguns momentos é bom realizar matanças, algumas vezes não. Deus é um relativista moral?

No entanto, quatro semanas mais tarde você defende a idéia de que a moralidade é objetivamente fundamentada, em aparente conflito com o conceito da “moralidade ordenada por Deus” (31 de Março de 2008, “How Are Morals Objectively Grounded in God?” [Como a Objetividade da Moral está Fundamentada em Deus?]). Você defende que os valores morais são definidos por Deus, que ele é o padrão da bondade, e indo mais além, você critica a visão alternativa. Você diz que se os valores morais fossem simplesmente fundamentados na vontade divina, se Deus apenas tivesse dito o que é certo e errado arbitrariamente, então isto seria de fato um ultimado para a subjetividade – “voluntarismo”, como você disse – a visão de que a vontade de Deus apenas decide o que é bom ou mal, certo ou errado.

No entanto, não decidiu Deus o que era bom ou mal quando ele ordenou o massacre dos cananeus? O que antes era proibido passou agora a ser obrigatório.

Como este “voluntarismo” é diferente da “moralidade ordenada por Deus”?

Clay


Resposta do Dr. Craig:

Estou feliz por ver que você se interessa pelo material do ReasonableFaith.org, Clay, e espero que os materiais daqui levem você a questionar seu ateísmo. Isto não seria alguma coisa, caso Deus de fato exista?

O voluntarismo é uma visão, defendida por alguns teólogos, de acordo com a qual os valores morais são baseados inteiramente na vontade soberana de Deus. Não existe explicação a não ser a escolha de Deus sobre os valores morais. Ele arbitrariamente escolhe o que é bom e o que é ruim.

A vasta maioria dos pensadores cristãos não tem sido voluntaristas. Eu acho que o voluntarismo se sente mais em casa no Islã do que no Cristianismo, porque na concepção islâmica de Deus, Seu poder triunfa sobre todas as coisas, até mesmo sobre Seu caráter. Em contraste, os teólogos cristãos acreditam que Deus tem algumas virtudes essenciais, como amor, imparcialidade, compaixão, justiça, etc. Estas virtudes são tão essenciais a Deus como são três ângulos a um triângulo.

Um dos insights positivos do voluntarismo, em minha opinião, é que os valores que temos surgem em resposta a uma ordem imperativa. Um comando vindo de uma autoridade legítima cria uma obrigação ou uma proibição a nós. Bem e mal sozinhos não são suficientes para o certo e o errado porque “bem” e “mal” não criam obrigações ou proibições. Muitas coisas seriam boas para fazermos, mas isto por si só não implica que nós somos obrigados a fazê-las, porque elas podem ser mutuamente exclusivas e então seriam impossíveis de se fazer. Então o voluntarismo localiza corretamente a fonte de nossos valores morais nos comandos de Deus.

O voluntarismo erra quando pensa que estes comandos são totalmente arbitrários. Eles não são arbitrários, mas fundamentados na natureza de um Deus justo e amoroso. Portanto, a maior parte dos teóricos sobre os comandos divinos não são voluntaristas.

O difícil para os teístas bíblicos é explicar sobre as ordens de Deus que parecem contradizer a Sua natureza, como a ordem ao exército de Israel para exterminar o povo de Canaã[1]. Os teístas bíblicos precisam mostrar como tais ordens podem ser consistentes com a natureza de Deus. Na Questão da Semana #16, eu tentei dar esta explicação. Como eu tentei mostrar lá, Deus não torna ninguém errado ao emitir tal ordem e Ele tinha bons motivos para tê-la dado.

Se tal defesa falhar, a alternativa será abandonar a historicidade destas histórias (ironicamente, exatamente a posição de muitos críticos do Antigo Testamento, que tomam estas históricas como lendas de Israel) ou então defender que os judeus equivocadamente pensaram que Deus os ordenou a exterminar os cananeus. Seria ingenuidade in excelsis pensar que ao adotar a primeira alternativa estaríamos minando de alguma forma a precisão histórica dos evangelhos do Novo Testamento. Da mesma forma seria minada a credibilidade histórica de Tucídides e Heródoto se alguém reconhecesse o caráter místico da Ilíada de Homero!

Você está correto quando diz que os cananeus tinham uma visão muito diferente de Deus do que Israel. Após ter escrito a Questão da Semana #16 eu tive a oportunidade de ler um ensaio emocionante de Clay Jones sobre a cultura, religião e modos dos cananeus em uma versão especial de Philosophia Christi dedicada ao problema que estamos tratando[2]. Eu sabia que as tribos cananéias eram corruptas, mas eu devo dizer que eu não tinha idéia da degradação e da imundice da qual eles descendiam. Como eles viam El, o Deus de Israel? Textos ugaríticos retratam-no como um fraco, usurpado por Baal, e imundo em seus próprios excrementos e urina. Em contraste, no pensamento de Israel sobre o Deus, Ele não traria julgamento sobre Sodoma se existissem pelo menos dez pessoas corretas em toda cidade. Ele esperou por 400 anos até que as tribos cananéias tão corruptas a pnto de não poderem escapar de julgamento.

Então eu acho que está claro que a visão de Deus que eu defendo não é de moral relativista, nem subjetivista. Deus tinha razões morais suficientes para justificar o que Ele ordenou os israelitas a fazerem, razões que não são contrárias à sua natureza. A ordem de Deus para que os israelitas limpassem a terra dos cananeus não foi arbitrária, como se Ele estivesse “decidindo o que era bom ou mal”. Esta ordem foi um ato de julgamento pela pecaminosidade do povo, que havia sido adiado por muito tempo.

-

Notas:

[1] Uma observação: após escrever minha resposta na “Questão da Semana #16”, eu percebi que a ordem de Deus ao povo de Israel não era para exterminar os cananeus, como muitos pensam. A ordem primeiramente era para retirá-los da terra. O julgamento sobre os reinos cananeus era despojá-los de suas terras e assim destruí-los como reinos. O povo cananeu fugiu antes do avanço do exército de Israel, e não houve ordens para que os israelitas os perseguissem e os matassem. Ninguém tinha que morrer, somente aqueles que ficaram para trás pelos motivos que descrevi. Nós na verdade não sabemos com certeza se entre os que ficaram haviam mulheres e crianças, ou apenas soldados. Mas estou pressupondo aqui o “pior cenário” para o bem do argumento.
[2] "We Don't Hate Sin, So We Don't Understand What Happened to the Canaanites: An Addendum to 'Divine Genocide' Arguments," Philosophia Christi 11/1 (2009): 52-72.
Carlstadt
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