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Darwin nas mãos de Deus

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09022009

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Darwin nas mãos de Deus

Artigo publicado na edição da Folha de S. Paulo de ontem, 8/2/9:

Para coordenador da pesquisa, avanço do design inteligente no Reino Unido está ligado ao aumento de imigrantes islâmicos e de igrejas pentecostais de africanos ou afrodescendentes; cruzada ateísta do biólogo Richard Dawkins também é uma das causas

SYLVIA COLOMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

Às vésperas do aniversário de 200 anos de nascimento de Charles Darwin (que se comemora na quinta-feira), o cientista que formulou a mais revolucionária explicação sobre os seres vivos, um estudo publicado no Reino Unido revela que seus próprios compatriotas ainda desconfiam dele.

Segundo a pesquisa "Rescuing Darwin" [Resgatando Darwin], que veio a público na última semana, mais da metade dos britânicos acredita no design inteligente, em detrimento da teoria da evolução. Esta determina que animais, plantas e seres humanos mudam para adaptar-se às condições do ambiente ao longo dos tempos, por meio da seleção natural.

Realizada pelo Theos, um "think tank" dedicado a temas religiosos, e o Instituto Faraday, de Cambridge, o estudo aponta que aqueles que defendem ou simpatizam com a ideia de criacionismo da Terra Jovem somam 32%. E o design inteligente conta com 51% de adesão -os números não são excludentes, pois referem-se a um questionário múltiplo (leia quadro na pág. ao lado).

A interpretação desse resultado é considerada difícil pelos próprios organizadores. Nick Spencer, diretor do Theos, considera que há uma imensa "área cinzenta" devido ao fato de as pessoas não conhecerem claramente os significados da teoria darwiniana, do criacionismo e do design inteligente.

"A urgente necessidade de educação e informação é o que mais impressiona. A confusão e o ceticismo, causados pelo modo como ciência e religião são ensinados, levam as pessoas a dar respostas até mesmo contraditórias de um ponto de vista científico", disse à Folha.

Dez mil anos atrás

Feitas as ressalvas, acadêmicos como Denis Alexander, diretor do Instituto Faraday e responsável pela interpretação da pesquisa, consideram que ela traz resultados preocupantes. Principalmente por conta da grande quantidade de pessoas que acham que a Terra foi criada nos últimos 10 mil anos.

"É desconcertante que, em 2009, existam pessoas que pensam que o mundo tem essa idade por conta de uma leitura da Bíblia, quando toda evidência científica demonstra que isso é errado", diz Denis Alexander, diretor do Instituto Faraday, responsável pela interpretação desses números, à Folha.

Alexander diz que não pode comprovar de um ponto de vista estatístico, mas tem a impressão de que o criacionismo esteja crescendo consideravelmente no Reino Unido nos últimos anos. E aponta três causas que considera principais.

As duas primeiras seriam o aumento da população de imigrantes islâmicos e a proliferação de igrejas pentecostais de africanos ou afrodescendentes, grupos em que o criacionismo é muito popular.

A terceira seria o "desfavor que vêm fazendo à ciência os ditos intelectuais neodarwinistas". Entre eles, o principal culpado seria o também britânico Richard Dawkins, autor de "O Gene Egoísta" e "Deus, um Delírio" (Companhia das Letras), que, por meio das ideias de Darwin, defende o ateísmo.

"Não é sua intenção, mas ao fazer campanha pró-evolução, Dawkins tem estimulado a ascensão do criacionismo neste país. Sua mensagem, repetida de modo simplório em igrejas, mesquitas e sinagogas, é a de que "a evolução significa ateísmo", ao que os fiéis são levados a responder: "Bem, não aceitamos o ateísmo, então também não apoiamos a evolução"."

Segundo ele, ao lutar contra algo com violência, Dawkins estaria estimulando um comportamento extremo oposto. "Um fenômeno social muito comum na história das ideias", conclui Alexander.

James Williams, estudioso de ciência da educação da Universidade de Sussex, concorda. "Dawkins é um intelectual a ser respeitado, mas exagera em suas interpretações. Para ele, se você acredita em algo, isso é suficiente para que você seja considerado um idiota. Elimina a ideia de que evolução e crença em Deus possam andar juntas. Tenta provar que Deus não existe, mas não pode fazer isso. Desse modo, provoca uma reação violenta, que acaba dando força ao criacionismo", diz o pesquisador.

Para o acadêmico, Darwin, se estivesse vivo, não lutaria ao lado de Dawkins, para desapontamento deste. "Ele o respeitaria pela importância de seus estudos, mas só isso, não concordaria com a violência que está imprimindo ao debate."

Alexander também reforça essa ideia.

"Darwin era um cavalheiro educado, ao estilo vitoriano. Deveria ser visto por nós como um exemplo de alguém que teve bom relacionamento com acadêmicos de diversas correntes e credos. É algo que está muito em falta nos dias de hoje. Estou seguro de que ficaria chocado com a brutalidade desse debate teológico. Além disso, esse nem era o centro de seus estudos."

O caso brasileiro

O professor de sociologia da USP Antônio Flávio Pierucci acha que no Brasil os resultados de uma pesquisa como essa provavelmente não seriam os mesmos, devido à pouca força que os criacionistas têm aqui.

"Não dá para ter uma ideia clara, mas vejo uma tendência de simpatia pelo evolucionismo, por exemplo, entre adeptos do espiritismo, que é uma religião muito popular no Brasil. Mas é só uma sensação."

Pierucci considera assustador o fato de que tantos britânicos acreditem no criacionismo. "As pessoas em geral não entendem como funciona a ciência até que ela tenha um efeito prático em suas vidas. Uma evidência científica funciona apenas para os cientistas", diz.

Ele concorda com a ideia de que educação e informação permitiriam um melhor entendimento do significado de assuntos como a teoria da evolução, o criacionismo e o design inteligente.

"Ao ouvir a expressão "design inteligente", a tendência é a pessoa pensar que há por trás um "designer inteligente", a personalizar o processo; é assim que funciona o raciocínio popular desinformado", diz.
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Darwin nas mãos de Deus :: Comentários

Carlstadt

Mensagem Seg Fev 09, 2009 8:33 pm por Carlstadt

DEUS - Darwin nas mãos de Deus Capa380

Especial
A DARWIN O QUE É DE DARWIN...

As ideias revolucionárias do naturalista inglês, que nasceu há 200 anos, são os pilares da biologia e da genética e estão presentes em muitas áreas da ciência moderna. O mistério é por que tanta gente ainda reluta em aceitar que o homem é o resultado da evolução


Gabriela Carelli

Charles Darwin é um paradoxo moderno. Não sob a ótica da ciência, área em que seu trabalho é plenamente aceito e celebrado como ponto de partida para um grau de conhecimento sem precedentes sobre os seres vivos. Sem a teoria da evolução, a moderna biologia, incluindo a medicina e a biotecnologia, simplesmente não faria sentido. O enigma reside na relutância, quase um mal-estar, que suas ideias causam entre um vasto contingente de pessoas, algumas delas fervorosamente religiosas, outras nem tanto. Veja o que ocorre nos Estados Unidos. O país dispõe das melhores universidades do mundo, detém metade dos cientistas premiados com o Nobel e registra mais patentes do que todos os seus concorrentes diretos somados. Ainda assim, só um em cada dois americanos acredita que o homem possa ser produto de milhões de anos de evolução. O outro considera razoável que nós, e todas as coisas que nos cercam, estejamos aqui por dádiva da criação divina. Mesmo na Inglaterra, país natal de Darwin, o fato de ele ser festejado como herói nacional não impede que um em cada quatro ingleses duvide de suas ideias ou as veja como pura enganação. Na semana em que se comemora o bicentenário de nascimento de Darwin e, por coincidência, no ano do sesquicentenário da publicação de seu livro mais célebre, A Origem das Espécies, como explicar a persistente má vontade para com suas teorias em países campeões na produção científica?

Para investigar a razão pela qual as ideias de Darwin ainda são vistas como perigosas, é preciso recuar no passado. Quando o naturalista inglês pela primeira vez propôs suas teses sobre a evolução pela seleção natural, a maioria dos cientistas acreditava que a Terra não tivesse mais de 6.000 anos de existência, que as maravilhas da natureza fossem uma manifestação da sabedoria divina. A hipótese mais aceita sobre os fósseis de dinossauros era que se tratava de criaturas que perderam o embarque na Arca de Noé e foram extintas pelo dilúvio bíblico. A publicação de A Origem das Espécies teve o efeito de um tsunami na Inglaterra vitoriana. Os biólogos se viram desmentidos em sua certeza de que as espécies são imutáveis. A Igreja ficou perplexa por alguém desafiar o dogma segundo o qual Deus criou o homem à sua semelhança e os animais da forma como os conhecemos. A sociedade se chocou com a tese de que o homem não é um ser especial na natureza e, ainda por cima, tem parentesco com os macacos. Havia, naquele momento, compreensível contestação científica às novas ideias. Darwin havia reunido uma quantidade impressionante de provas empíricas – mas ainda restavam muitas questões sem resposta.

O primeiro exemplar a sair da gráfica foi enviado a sir John Herschel, um dos mais famosos cientistas ingleses vivos em 1859. Darwin tinha tanta admiração por ele que o citou no primeiro parágrafo de A Origem das Espécies. Herschel não gostou do que leu. Ele não podia acreditar, sem provas científicas tangíveis, que as espécies podiam surgir de variações ao acaso. Pressionado, Darwin disse que, se alguém lhe apontasse um único ser vivo que não tivesse um ascendente, sua teoria poderia ser jogada no lixo. O que se encontrou em profusão foram evidências da correção do pensamento de Darwin em seus pontos essenciais. Hoje, para entender a história da evolução, sua narrativa e mecanismo, os modernos darwinistas não precisam conjeturar sobre o funcionamento da hereditariedade. Eles simplesmente consultam as estruturas genéticas. As evidências que sustentam o darwinismo são agora de grande magnitude – mas, estranhamente, a ansiedade permanece.

Outros pilares da ciência moderna, como a teoria da relatividade, de Albert Einstein, não suscitam tanta desconfiança e hostilidade. Raros são aqueles que se sentem incomodados diante da impossibilidade de viajar mais rápido que a luz ou saem à rua em protesto contra a afirmação de que a gravidade deforma o espaço-tempo. Evidentemente, o núcleo incandescente da irritação causada por Darwin tem conotação religiosa. A descoberta dos mecanismos da evolução enfraqueceu o único bom argumento disponível para a existência de Deus. Se Ele não é responsável por todas essas maravilhas da natureza, sua presença só poderia ser realmente sentida na fé de cada indivíduo. Mas isso não explica tudo. Em 1920, ao escrever sobre o impacto da divulgação das ideias darwinistas, Sigmund Freud deu seu palpite: "Ao longo do tempo, a humanidade teve de suportar dois grandes golpes em sua autoestima. O primeiro foi constatar que a Terra não é o centro do universo. O segundo ocorreu quando a biologia desmentiu a natureza especial do homem e o relegou à posição de mero descendente do mundo animal". Pelo raciocínio do pai da psicanálise, a rejeição à teoria da evolução seria uma forma de compensar o "rebaixamento" da espécie humana contido nas ideias de Copérnico e Darwin.

O biólogo americano Stephen Jay Gould, um dos grandes teóricos do evolucionismo no século XX, morto em 2002, dizia que as teorias de Darwin são tão mal compreendidas não porque sejam complexas, mas porque muita gente evita compreendê-las. Concordar com Darwin significa aceitar que a existência de todos os seres vivos é regida pelo acaso e que não há nenhum propósito elevado no caminho do homem na Terra. Disse a VEJA o biólogo americano David Sloan Wilson, da Universidade Binghamton: "As grandes ideias e teorias são aceitas ou rejeitadas popularmente por suas consequências, não pelo seu valor intrínseco. Infelizmente, a evolução é percebida por muitos como uma arma projetada para destruir a religião, a moral e o potencial dos seres humanos". Uma pesquisa publicada pela revista New Scientist sobre a aceitação do darwinismo ao redor do mundo mostra que os mais ardentes defensores da evolução estão na Islândia, Dinamarca e Suécia. De modo geral, a crença na evolução é inversamente proporcional à crença em Deus. Mas a pesquisa encontrou outra configuração interessante: os habitantes dos países ricos acreditam menos em Deus que aqueles que vivem em países inseguros. Isso pode significar que a crença em Deus e a rejeição do evolucionismo são mais intensas nas sociedades sujeitas às pressões darwinistas, como escreveu a revista Economist.

Fotos Latinstock e David Ball/Corbis/Latinstock
DEUS - Darwin nas mãos de Deus Especial15

O medo do inferno
Muito religiosa, Emma, a mulher de Darwin, temia que o marido fosse para o inferno. Ela dava por certo que iria para o céu e sofria com a ideia de ficarem separados pela eternidade. À direita, a casa da família, nos arredores de Londres: nela, Darwin viveu e trabalhou por quarenta anos



A teoria da evolução causa mal-estar em muita gente – mas só algumas confissões evangélicas converteram o darwinismo em um inimigo a ser combatido a todo custo. Como essas religiões são poderosas nos Estados Unidos, é lá que se trava o mais renhido combate dessa guerra santa. Ciência e religião já andaram de mãos dadas pela maior parte da história da humanidade (veja reportagem). Mas esse nó se desatou há dois séculos e Darwin foi um dos responsáveis por esse divórcio amigável, com nítidas vantagens para ambos os lados.

Desde o ano passado, o bordão entre os criacionistas americanos é "liberdade acadêmica". A ideia que tentam passar é que o darwinismo é apenas uma teoria, não um fato, e ainda por cima está cheio de lacunas e é carente de provas conclusivas. Sendo assim, não há por que Darwin merecer maior destaque que o criacionismo. O argumento é de evidente má-fé. Em seu significado comum, teoria é sinônimo de hipótese, de achismo. A teoria da evolução de Darwin usa o termo em sua conotação científica. Nesse caso, a teoria é uma síntese de um vasto campo de conhecimentos formado por hipóteses que foram testadas e comprovadas por leis e fatos científicos. Ou seja, uma linha de raciocínio confirmada por evidências e experimentos. Por isso, quando é ensinado numa aula de religião, o gênesis está em local apropriado. Colocado em qualquer outro contexto, só serve para confundir os estudantes sobre a natureza da ciência.

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Carlstadt

Mensagem Seg Fev 09, 2009 8:33 pm por Carlstadt

A ciência não tem respostas para todas as perguntas. Não sabe, por exemplo, o que existia antes do Big Bang, que deu origem ao universo há 13,7 bilhões de anos. Nosso conhecimento só começa três minutos depois do evento, quando as leis da física passaram a existir. Os cientistas também não são capazes de recriar a vida a partir de uma poça de água e alguns elementos químicos – o que se acredita ter acontecido 4,5 bilhões de anos atrás. A mão de Deus teria contribuído para que esses eventos primordiais tenham ocorrido? Não cabe à ciência responder enquanto não houver provas científicas do que aconteceu. O fato é que a luta dos criacionistas contra Darwin nada tem de científica. Em sua profissão de fé, eles têm o pleno direito de acreditar que Deus criou o mundo e tudo o que existe nele. Coisa bem diferente é querer impingir essa maneira de enxergar a natureza às crianças em idade escolar, renegando fatos comprovados pela ciência. Essa atitude nega às crianças os fundamentos da razão, substituindo-os pelo pensamento sobrenatural.

Manda o bom senso que não se misturem ciência e religião. A primeira perscruta os mistérios do mundo físico; a segunda, os do mundo espiritual. Elas não necessariamente se eliminam. Há cientistas eminentes que creem em Deus e não veem nisso nenhuma contradição com o darwinismo. O mais conhecido deles é o biólogo americano Francis Collins, um dos responsáveis pelo mapeamento do DNA humano. Diz ele: "Usar as ferramentas da ciência para discutir religião é uma atitude imprópria e equivocada. A Bíblia não é um livro científico. Não deve ser levado ao pé da letra". A Igreja Católica aceitou há bastante tempo que sua atribuição é cuidar da alma de seu 1 bilhão de fiéis e que o mundo físico é mais bem explicado pela ciência. O Vaticano até organizará em março o simpósio "Evolução biológica: fatos e teorias – Uma avaliação crítica 150 anos depois de A Origem das Espécies".

Em A Origem das Espécies, num raciocínio que cabe em poucas linhas mas expressa ideias de alcance gigantesco, Darwin produziu uma revolução que alteraria para sempre os rumos da ciência. Ele mostrou que todas as espécies descendem de um ancestral comum, uma forma de vida simples e primitiva. Darwin demonstrou também que, pelo processo que batizou de seleção natural, as espécies evoluem ao longo das eras, sofrendo mutações aleatórias que são transmitidas a seus descendentes. Essas mutações podem determinar a permanência da espécie na Terra ou sua extinção – dependendo da capacidade de adaptação ao ambiente. Uma década depois da publicação de seu livro seminal, o impacto das ideias de Darwin se multiplicaria por mil com o lançamento de A Descendência do Homem, obra em que mostra que o ser humano e os macacos divergiram de um mesmo ancestral, há 4 milhões de anos.

O embate entre evolucionistas e criacionistas teria causado um desgosto profundo a Darwin, que era religioso e chegou a se preparar para ser pastor da Igreja Anglicana. Esse plano foi interrompido pela fantástica aventura que protagonizou entre 1831 e 1836, em viagem a bordo do Beagle, um pequeno navio de exploração científica, numa das passagens mais conhecidas da história da ciência. Aos 22 anos, Darwin embarcou no Beagle para servir de acompanhante ao capitão do barco, o aristocrata inglês Robert Fitzroy. Durante a viagem, que se estendeu por quatro continentes, Darwin deu vazão à curiosidade sobre o mundo natural que o acompanhava desde a infância. Até a volta à Inglaterra, havia recolhido 1 529 espécies em frascos com álcool e 3 907 espécimes preservados. Darwin escreveu um diário de 770 páginas, no qual relata suas experiências nos lugares por onde passou. No Brasil, visitou o Rio de Janeiro e a Bahia, extasiando-se com a biodiversidade da Mata Atlântica – mas ficou horrorizado com a escravidão e com a maneira como os escravos eram tratados.

Frans Lanting/Corbis/Latinstock
DEUS - Darwin nas mãos de Deus Especial14
O pescoço da girafa
Anterior a Darwin, o naturalista francês Lamarck elaborou a primeira teoria da evolução. Para ele, o pescoço da girafa teria esticado para colher folhas e frutos no alto das árvores. A seleção natural de Darwin explica melhor: em grandes períodos de seca, só os animais de pescoço mais longo conseguiam se alimentar, o que favoreceu a reprodução dos pescoçudos


Durante a viagem, Darwin fez as principais observações que o levariam a formular a teoria da evolução pela seleção natural. Grande parte delas teve como cenário as Ilhas Galápagos, no Oceano Pacífico. Lá, reparou que muitas das espécies eram semelhantes às que existiam no continente, mas apresentavam pequenas diferenças de uma ilha para outra. Chamaram sua atenção, principalmente, os tentilhões, pássaros cujo bico apresentava um formato em cada ilha, de acordo com o tipo de alimentação disponível. A única explicação para isso seria que as primeiras espécies de animais chegaram às ilhas vindas do continente. Depois, desenvolveram características diferentes, de acordo com as condições do ambiente de cada ilha. Era a prova da evolução. Mais recentemente, ao estudarem os mesmos tentilhões das Ilhas Galápagos, grupos de biólogos observaram a evolução ocorrer em tempo real. Os pássaros evoluíam de um ano para outro, de acordo com as mudanças nas condições climáticas da ilha. Darwin, que definiu a evolução como um processo invariavelmente longo, através das eras, ficaria espantado com as novas descobertas em seu parque de diversões científico.

Ao retornar à Inglaterra, após a viagem do Beagle, Darwin foi amadurecendo a teoria da evolução e começou a escrever A Origem das Espécies dois anos depois, em 1838. Só publicou o volume, no entanto, após 21 anos. Ele sabia do potencial explosivo de suas ideias na ultraconservadora Inglaterra do século XIX – da qual, ele próprio, era um legítimo representante. Elaborar uma teoria que ia contra os dogmas da Bíblia era, para Darwin, motivo de enorme angústia. Não colaboravam em nada os temores de sua mulher, Emma, de que, por causa de suas ideias, Darwin fosse para o inferno após a morte, enquanto ela iria para o céu – com isso, eles estariam condenados a viver separados na vida eterna. Darwin nunca declarou que a Bíblia estava errada. Manteve a fé religiosa até os últimos anos de vida, quando se declarou agnóstico – segundo seus biógrafos, sob o impacto da morte da filha Annie, aos 10 anos de idade.

Após o lançamento de A Origem das Espécies, um best-seller que esgotou rapidamente cinco edições, os cientistas não demoraram a aceitar a proposta de que as plantas e os animais evoluem e se modificam ao longo das eras. Na verdade, essa ideia chegou a ser formulada por outros cientistas, inclusive pelo avô de Darwin, o filósofo Erasmus Darwin. A noção de que a evolução das espécies se dá pela seleção natural, no entanto, é original de Charles Darwin, e só foi aceita integralmente depois da descoberta da estrutura do DNA, em 1953. Darwin atribuiu a transmissão de características entre as gerações a células chamadas gêmulas, que se desprenderiam dos tecidos e viajariam pelo corpo até os órgãos sexuais. Lá chegando, seriam copiadas e passadas às gerações seguintes. Os estudos feitos com ervilhas pelo monge austríaco Gregor Mendel na segunda metade do século XIX, mas aos quais a comunidade científica só deu importância no início do século XX, estabeleceram a ideia básica da genética moderna, a de que as características de cada indivíduo são transmitidas de pais para filhos pelo que ele chamou de "fatores", e hoje se conhece como genes. Com as ervilhas de Mendel, o processo concebido por Darwin teve comprovação científica. A descoberta da dupla hélice do DNA, pelos cientistas James Watson e Francis Crick, em 1953, finalmente esclareceu o mecanismo por meio do qual a informação genética é transmitida através das sucessivas gerações. Hoje, os biólogos se dedicam a responder a questões ainda em aberto no evolucionismo, como quais são exatamente as mudanças genéticas que provocam as adaptações produzidas pela seleção natural. É espantoso que, enquanto continuam a desbravar territórios na ciência, as ideias de Darwin ainda despertem tanto temor.

Com reportagem de Leandro Narloch, Paula Neiva e Renata Moraes

Veja também:
  • Os cinco pilares do darwinismo
  • Quadro: A trajetória da vida e o caminho do Homem
  • Quadro: Cinco anos no mar
  • Quadro: As pegadas da evolução
  • Quadro: Adversários famosos da evolução
Fonte: Revista Veja, edição 2099, 11 de fevereiro de 2009, http://veja.abril.com.br/110209/p_072.shtml[/quote]

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Carlstadt

Mensagem Seg Fev 09, 2009 8:35 pm por Carlstadt

Articulador escreveu:
Anterior a Darwin, o naturalista francês Lamarck elaborou a primeira teoria da evolução. Para ele, o pescoço da girafa teria esticado para colher folhas e frutos no alto das árvores. A seleção natural de Darwin explica melhor: em grandes períodos de seca, só os animais de pescoço mais longo conseguiam se alimentar, o que favoreceu a reprodução dos pescoçudos

há muito tempo Darwin foi refutado sobre isto , o que PARECIA lógico , e PRESSUPOSTO pelo darwinismo (que é sempre uma ''ciência'' baseada em pressuposições e mais pressuposições , chamadas na filosofia de ad-hoc) , foi desmontado por outro darwinista , o pescoço da girafa não é assim por questões alimentares , e sim porque desde cedo (supostamente novamente) , os machos brigavam com o PESCOÇO para ganhar a atenção da fêmea .

Mas aí quem estará certo ? Darwin ou o neo-darwinismo ? nenhum dos dois , girafas se alimentam , primariamente , em arbustos baixos , caso tivessem que crescer o pescoço , isto atingiria outras espécies das savanas , como as hienas , as zebras , rinocerontes , etc etc .... na luta , melhor sorte na assiste ao 'chutômetro neo-darwinista' , várias espécies brigam entre sí , e não adquitiriam pescoços avantajados .

O criacionismo não é ciência mesmo , MAS é hipótese , e assim deve ser tratada em salas de aula , tanto quanto a HIPÓTESE (que os darwinistas ensinam como prova cabal) da evolução . E resta o design inteligente , este sim , nascido do criacionismo (mas não restrito a ele) , e é CIÊNCIA , pois lida com elementos complexos , probabilidades , e formações microscópicas , aos quais se pode, tranquilamente , aplicar falseamente e epistemologia ,e tem sido a pedra no sapato do evolucionismo radical , que mais que ciência hipotética , se tornou anti-religião faz tempo .

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