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15 princípios dos ateus ou do Christopher Hitchens? Principios

Neo-Ateismo um delírio

Ao final do primeiro capítulo de seu livro “Deus não é Grande”, Christopher Hitchens tenta dar um tom de tratamento sério a um suposto “código ateísta”, pois diz várias coisas que os ateus seguem ou deveriam seguir. Alega ele que já conviveu com muitos ateus, e portanto, pode “falar por eles” ou algo do tipo. Não deixa de ser surpreendente que, mesmo que ele tenta afirmar que o ateísmo não pode ser dogmático, várias das normas são totalmente prescritivas, e dogmáticas. Essa, aliás, é uma das grandes contradições dele.

Não deixa de ser bizarro também notar a força de vontade que ele tem em “representar” os ateus, algo como simular uma UNIDADE de pensamento deles, e repete, em 15 sentenças (resumidas, em relação ao livro), algo que os ateus deveriam seguir. Ué, os ateus não alegam liberdade de pensamento? Sendo assim, como Hitchens pode dizer isso por todos ateus? Seria algo como, “os ateus tem liberdade de pensamento, mas somente para acreditar no que eu quero que eles acreditem”, sr. Hitchens? Chega a ser cômico, de fato. Além do mais, Hitchens estranhamente se esqueceu de que a única diferença entre um teísta e um ateu é a crença em Deus. De resto, não há diferenças a princípio. Vamos então ao “Guia de Vida Ateísta de Christopher Hitchens”:

[1] Nossa crença não é uma crença – [2] Nossos princípios não são uma fé – [3] Nós não nos baseamos unicamente na ciência e na razão, porque esses são fatores mais necessários que suficientes, mas desconfiamos de tudo o que contradiga a ciência ou afronte a razão – [4] Podemos diferir em muitas coisas, mas respeitamos a livre investigação, a mente aberta e a busca do valor das idéias – [5] Não sustentamos nossas convicções de forma dogmática: a divergência entre o professor Stephen Jay Gould e o professor Richard Dawkins acerca da “evolução pontual” e das lacunas na teoria pós-darwinista é bastante grande e igualmente profunda, mas iremos solucioná-la com base nas provas e no raciocínio, não por excomunhão mútua – [6] Não somos imunes à sedução do encanto, do mistério e do assombro: temos a música, a arte e a literatura, e achamos que os sérios dilemas éticos são mais bem abordados por Shakespeare, Tolstoi, Schiller, Dostoievski e George Eliot do que pelas histórias morais míticas dos livros sagrados. É a literatura, e não as Escrituras, que sustenta a mente e – como não há outra metáfora – também a alma – [7] Não acreditamos em ceú ou inferno, mas nenhuma estatística irá revelar que sem essas promessas e ameaças nós cometemos menos crimes de ganância e violência que os fiéis – [8] Estamos resignados a viver apenas uma vez, a não ser por intermédio de nossos filhos – [9] Nós especulamos que seria pelo menos possível que, assim que as pessoas aceitassem o fato de que suas vidas são curtas e duras, se comportassem melhor com os outros, e não pior – [10] Acreditamos com grande dose de certeza que é possível levar uma vida ética sem religião – [11] Acreditamos que devido a um fato que o corolário demonstra ser verdade… que a religião fez com que incontáveis pessoas não apenas não se comportassem melhor do que outras, mas concedeu a elas a permissão de se comportarem de modos que fariam ruborizar um proxeneta ou um defensor da limpeza étnica. – [12] Não temos a necessidade de nos reunir todos os dias, ou a cada sete dias, ou em qualquer dia elevado e auspicioso, para proclamar nossa retidão ou rastejar e chafurdar em nossa miséria – [13] Nós, ateus, não precisamos de sacerdotes, ou de alguma hierarquia acima deles, para policiar nossa doutrina – [14] Sacrifícios e cerimônias são abomináveis para nós, assim como relíquias e adoração de qualquer imagem ou objeto (inclusive na forma de uma das mais úteis inovações do homem: o livro encadernado) – [15] Nenhum ponto da terra é mais sagrado que o outro para nós.
Vamos avaliar, ponto a ponto:

[1] Que estranho. Uma crença que não é uma crença? Seria algo como uma bola que não é uma bola, ou uma parede que não é uma parede? Isso, é claro, é apenas frase de efeito de Hitchens, pois a crença ateísta básica (na verdade a única que seria um diferenciador básico entre ateu e teísta) é naturalmente uma crença. No caso, é a descrença em Deus. Vamos transcender o exemplo. Se há uma caixa fechada, e pode existir uma maçã dentro dela ou não, se alguém diz que não há maçã, isso não é uma crença, mas se alguém diz que há, isso é uma crença. Essa é a lógica de Hitchens. Como se vê, logo de cara, ele é totalmente irracional. [N.E. - Talvez algum neo ateu poderia dizer que ao invés de não acreditar em Deus, apresenta apenas "ausência de crença", mas isso, é claro, não passa de um jogo semântico que nada diz, e nem sequer explica a postura do ateu em relação a Deus]

[2] Quando ele diz que os “princípios” dos ateus não são uma fé, ele só poderia estar falando do único princípio (a ausência de crença em Deus), pois o resto dos “princípios” são apenas concepções da cabeça dele (provavelmente inspiradas na literatura, e, pasme, algumas possivelmente até nas Escrituras, embora ele não reconheça), praticamente opcionais tanto a ateus como teístas. No caso da descrença em Deus, assim como a crença, ambas são questão de fé, que PODEM ou não serem sustentadas pela razão, de acordo com os argumentos contra ou a favor da existência de Deus. O problema é que os argumentos contra a existência de Deus tendem a ser bem fraquinhos em comparação com os argumentos a favor. Portanto, a tendência é de que a crença ateísta (sim, uma crença) é mais próxima da fé pura do que a crença teísta.

[3] Mais outra engraçadíssima. Dizer que os ateus “desconfiam de tudo o que contradiga a ciência ou afronte a razão” é, claramente, apenas um grito de torcida de Hitchens, mas não comprovado por evidências. Aliás, a mera alegação solta (sem evidências, ou um argumento a favor disso) é um exemplo de crença não amparada por evidências. E como o livro dele é irracional de cabo a rabo, a mera dedicação de muitos neo ateus às obras de Dawkins, Hitchens, Harris e Dennett é um exemplo de crenças em coisas que não só contradigam a ciência, mas principalmente afrontem a razão. É, meu caro, é triste. Alguns religiosos também podem cair neste caminho (de desafiar a razão). No entanto, a totalidade dos neu ateus com certeza caem.

[4] Ele diz que os ateus “podem diferir em muitas coisas”, mas “respeitamos a livre investigação, a mente aberta e a busca do valor das idéias”. Outra que é engraçada. Embora, é claro, é POSSÍVEL que alguns ateus e alguns teístas realmente ajam assim (eu mesmo recomendo que ajam), há uma grande quantidade de marxistas no mundo, que em quase sua totalidade são ateus. E não aceitam livre investigação, e nem mente aberta e não possuem respeito algum pelas idéias opostas. Ou seja, o suficiente para mostrar que a tese de Hitchens está falseada. [N.E. - Não estou dizendo que todo ateu é marxista, mas sim que quase todos os marxistas são ateus, e, se a crença do Hitchens fosse correta, eles não poderiam agir como agem]

[5] O item da sustentação de convicções de forma dogmática é uma OPÇÃO também tanto para ateus e teístas. Não há indícios de que ateus tenham menor tendência ao dogmatismo. Portanto, tal item não serve como alegação de vantagem conforme pensa o Hitchens.

[6] Isso, com certeza, colocaria os ateus (e, como eu disse, acredito que o Hitchens NÃO FALA pelos ateus, talvez por sua turma de neo ateus) em desvantagem, pois se o religioso tem a Bíblia e a abordagem de dilemas éticos também na literatura, então os religiosos teriam MAIS fontes de estudo do que os ateus. Digamos que esse foi um verdadeiro gol contra.

[7] Dizer que “nenhuma estatística irá revelar” tal informação é outra coisa engraçada. Claro que as estatísticas podem revelar isso ou até o oposto. Enfim, na realização de pesquisas sobre violência, estatísticas podem revelar QUALQUER coisa, agradável ou não. E olhem que ele quase fez alguns acreditarem que ele não é dogmático… embora, é claro, eu jamais tenha acreditado.

[8] Em termos carnais, os religiosos também acreditam que estão resignados a viver apenas uma vez. Esse princípio do Hitchens foi bobinho.

[9] E por que acreditar nisso deveria gerar comportamento melhor? Ou até pior? Quer dizer, mais fé cega do Hitchens de novo. Será que não revisaram esse livro também?

[10] Claro que é possível levar uma vida ética sem religião. Pois os religiosos foram extremamente importantes em implementar as noções de ética em nossa sociedade, juntamente com os grandes sábios da filosofia grega (Aristóteles, Platão e Sócrates). Obviamente que não iríamos buscá-las em Epicuro, certo? Digamos que a vida ética sem religião é possível, desde que ela ocorra em um país de maioria religiosa, e nesse caso os ateus teriam a influência comportamental da cultura religiosa. Já em um país de dominação ateísta, eu não arriscaria tanto…

[11] Só o fato de Hitchens apelar a esse expediente (de alegar que a religião justificou crimes, ou coisa do tipo, tentando um estratagema igual ao que o Harris tentou [url=https://adventista.forumbrasil.net/o livro encadernado) - [14] Nenhum ponto da terra é mais sagrado que o outro para nós.]aqui[/url]) já coloca sob suspeita a moral dele. Na verdade, para mim não é suspeita, é certeza de que Hitchens não tem base moral alguma. Enfim, se alguém tenta vender a idéia de que “ateísmo pode ser moral”, ele deveria melhorar o nível da sua propaganda, e não usando de uma impostura desse naipe. Para variar, mais um ponto contra Hitchens.
[12] Decerto que ateus não possuem tais necessidades, e nem os teístas, e, para estes, tais reuniões são uma OPÇÃO. Aliás, esse é um tipo de argumento também extremamente infantil. Seria o mesmo que os acinéfilos (uma hipotética doutrina dos que negam o cinema) afirmarem “aha, nós não precisamos comprar DVDs de filmes e nem ir ao cinema”. E no que ouviriam uma resposta: “problema de vocês”.
[13] De novo, isso não é uma obrigação teísta (necessidade de sacerdotes), e sim uma opção. Por enquanto, como vendedor de ateísmo, Hitchens é péssimo para demonstrar a VANTAGEM em virar ateu.

[14] E, conforme a Bíblia, sacrifícios e adorações a objetos também não são recomendáveis, portanto de novo isso que Hitchens tentou implementar não é conseguido unicamente via ateísmo. Agora, essa de dizer que nenhum ateu idolatra sequer objetos? Estranho, pois existe até venda de canequinhas do Richard Dawkins, e pessoas que ainda se deslumbram com os vídeos de Carl Sagan. E são ateus. Enfim, a adoração é livre. Obviamente, que ateus não adorarão a Deus, mas podem adorar qualquer outra coisa. E, convenhamos, em termos de adoração, a coisa não é algo de que Hitchens deveria se orgulhar.

[15] Naturalmente que nada pode ser sagrado para ateus, pois os ateus não acreditam em Deus, portanto não há coisas sagradas para eles. No entanto, mesmo sem ter algo sagrado, é possível que ateus atribuam importância a locais, objetos, valores, e outra forma que não pelo sagrado.

Enfim, um tiro no próprio pé de Hitchens. Essa coisa de alguém “falar em nome dos ateus” assim como alguém “falar em nome dos teístas” é de uma estultícia absoluta, pois na verdade o que a pessoa terminará fazendo é TRANSPOR os seus valores e querer vendê-los como se fosse de seu grupo. Obviamente é mais fácil alguém falar em nome dos conservadores, ou dos liberais, ou até dos marxistas, pois são ideologias específicas. Mas, no caso de ateísmo e teísmo, a variedade de ateus e a variedade de teístas é tão grande dentro desses grupos que qualquer tentativa como essa de Hitchens é facilmente ridicularizável.

Alguns poderiam questionar: “ô Luciano, mas você está sendo chato demais com o Hitchens”. Não, não estou. E vou explicar o motivo. Imagine que alguém, em debate, entre com esses princípios na cabeça e ocorra algo do tipo:

  • NEO ATEU: Eu acredito que a religião aumentara violência.
  • TEÍSTA: Então me demonstre isso.
  • NEO ATEU: Eu apenas acredito no que é racional e na ciência.
  • TEÍSTA: Eu não quero saber no que você acredita, e sim se você tem provas ou não do que falou.
  • NEO ATEU: Os ateus sempre acreditam no que as provas dizem, portanto, se estou lhe dizendo, é por que eu, ao ser ateu, posso dizer isso. Por acreditam no que as provas dizem.

Parece exagero mas não é! Em vários debates, principalmente na Internet, muitos neo ateus se portam desse jeito, e acabam usando esse tipo de joguete do Hitchens simplesmente para FUGIR de ter que argumentar e apelar para generalizações do que eles acham que seriam os ateus (assim como usam basicamente generalizações do que acham que seriam os teístas). Obviamente, para quebrar esse tipo de comportamento, tais crenças devem ser questionadas. O mais justo com os ateus é considerar a única crença que os diferencia, que é a de que eles não acreditam em Deus. O resto acaba perdendo todo o sentido, pois ou não são qualificadoras de ateísmo em si, ou então são princípios tão pertencentes aos ateus como aos teístas. Logo, não faz muito sentido algum ateu se apoiar neles como se fossem princípios ateístas.

Então, ao invés de entender esses 15 pontos como princípios dos ateus, melhor compreendê-los como princípios do Hitchens. Embora, é claro, como não é de surpreender, ele sequer mesmo segue esses princípios como um todo, pois os primeiros da lista falam de racionalidade e apego à ciência, e a tentativa dele é tudo, menos racional. E nem científica.

http://neoateismodelirio.wordpress.com/2010/04/07/15-principios-dos-ateus-ou-do-christopher-hitchens/
Carlstadt
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