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24062009

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Debate: Richard Dawkins versus John Lennox

Até quarta-feira, este post ficará na frente dos outros. As atualizações deste blógue estão sendo publicadas logo abaixo.

Montei o diálogo abaixo baseado no primeiro debate, realizado no Alabama, entre o biólogo ateu Richard Dawkins e seu colega de Oxford, Dr. John Lennox, professor de matemática. O tema: a existência de Deus. Não é uma transcrição. Sem distorcer a essência das perguntas e respostas, editei tudo, reescrevi com minhas palavras, e acrescentei argumentos mais fortes para ambos os debatedores, a fim de tornar a leitura ainda mais interessante.




A colunista e blogueira da Spectator inglesa, Melanie Phillips, conta-nos em seu blógue que foi ao segundo debate e viu um Dawkins bem diferente. Ele começara com a seguinte afirmação:

A serious case could be made for a deistic God.

Não se converteu a religião alguma, mas para quem afirmava que a crença em Deus não se diferia dos contos de fada, já é um amadurecimento gigantesco. Nada como um bom debate.



Biólogo Ateu – É muito fácil creditar tudo àlguma divindade. Diante da beleza e da complexidade do mundo, ficamos tentados a reverenciar o cosmos e a achar que há uma entidade maior por trás disso. É intuitivo, vemos nossas roupas, construções, objetos dentro de casa, e atribuímos essas coisas a um criador. Podemos fazer isso com todo o resto e criar certezas com uma explicação aparente, aparentemente aplicável? O dever da ciência é investigar, baseada em evidências, o que há por trás do universo e seus fenômenos. A religião nos coloca numa posição anti-científica, confortável para alguns, ao simplesmente afirmar que tudo veio de Deus. A fé e a ignorância ganham, a ciência perde. Simples assim.

Matemático Cristão – Resumindo: Fé = cegueira; Ciência = Evidência. Concordo com a segunda assertiva, mas devo discordar da primeira. Não posso falar pelas outras religiões, mas minha fé ou a de algum cristão sério nada tem de cega. Até onde eu saiba, idolatrias são condenadas na Bíblia. Minha religião não é irracional, meu caro. É também fruto da História, objetividade e de experiência pessoal. É claro que não estou falando de provas, só posso falar provas, stricto senso, no meu campo de estudo, a Matemática. Em outras matérias, falamos de evidências, em dúvida razoável… É importante entendermos e enfatizar os limites da ciência. O que a ciência não abarca, não é necessariamente irracional. Não se avalia a beleza e a importância de uma obra de arte com metodologia laboratorial de laudos cadavéricos. A ciência não nos dirá o porquê do amor de nossas avós, ou o que é moral, ou o propósito de nossa existência. Eu vejo, sim, cristãos que se acomodam e não se interessam em aprofundar seu conhecimento científico, e Deus os perdoe pela preguiça, mas compreenda também que a ciência moderna não foi alavancada por ateus. Foram cristãos e judeus, crentes enfim, que mais contribuíram para os avanços do homem: Frances Bacon, Galileo, Descartes, Pascal, Newton, Robert Boyle, Michael Faraday, Joseph Clerk Maxwell, Gregor Mendel, Louis Pasteur, Max Planck, Albert Einstein… Issac Newton não disse “ótimo, eu descobri a lei da gravidade, tenho uma equação e não preciso mais de Deus”, mas agradeceu ao Senhor por entender a complexidade e a sofisticação de uma descrição matemática dos fenômenos que estudava. Amigo biólogo, deixe-me sugerir que é um erro categórico confundir o mecanismo com o agente. Não se pode afirmar: há um mecanismo, logo não há necessidade de um agente.

Clique ao lado para continuar lendo o debate
BA – Meu caro, o mundo é uma arena em que o racionalismo se opõe à superstição, e a religião é apenas a forma mais popular dela. A ciência é a representante da razão. Se é verdade que sua religião é baseada em evidência, então para que lhe serve a fé? As descobertas de Einstein são baseadas em fatos observáveis. Nós usamos a palavra fé exatamente quando nos falta evidência…

MC – Não mesmo.

BA – Ahn?

MC – Por exemplo, imagino que tenha fé em sua esposa, de que ela não o está traindo no momento em que conversamos. Há alguma evidência nisso?

BA – Muitas. Err.., mas falemos do amor em geral, de como sabemos se alguém nos ama. Você pode usar a palavra fé, mas não é o uso correto dela. Nós sabemos que nossas esposas nos amam porque correspondem aos nossos olhares, pelo jeito que nos tocam e falam conosco. São evidências, isso não é fé.

MC – É sim.

BA – Hmmm… Acho que vamos sair do assunto por causa de semântica. Voltemos ao ponto em que dizia que há uma batalha entre a religião e a ciência. Não podemos nos assentar na mera crença de milagres, de que Jesus não tinha um pai humano, contrariando tudo que aprendemos sobre genética e DNA. Não podemos dizer que a ciência não pode se meter nisso, de que são coisas separadas. São, na verdade, contraditórias entre si e se chocam no mundo real.

MC – E por que a ciência, ao invés de contradizer, não pode ser exatamente a confirmação de que um fato é miraculoso? Na verdade, o ateísmo pode muito bem minar a ciência. Muitos cientistas acreditaram e acreditam na racionalidade inteligível do universo como ponto de partida de seu ofício. A razão pela qual a ciência é possível, a razão pela qual posso ter acesso ao Universo, ao menos em parte, através da inteligência humana é porque somos imagem e semelhança do mesmo Deus que o criou. Mas esse é o nível mais básico de entendimento. Arno Penzias, prêmio Nobel de Física, disse “Astronomy leads us to a unique event, a universe which was created out of nothing, one with the very delicate balance needed to provide exactly the conditions required to permit life, and one which has an underlying (one might say ’supernatural’) plan.”

BA – Ainda assim, nada disso responde quem criou o criador, não é? Segundo o evolucionismo, para haver um ente como seu deus, ele teria que ser resultado de uma evolução de infinitos anos. Muito improvável.

MC – Deus não é fruto da biologia, objeto do evolucionismo, é criador dela.

BA – A biologia está OK. A cosmologia é que espera seu próprio Darwin. O Universo contém as condições para que exista vida como a nossa, e devemos descobrir o porquê através da ciência, com explicações satisfatórias. As pessoas acreditam em deus porque olham o mundo ao redor e vêem o quanto é impressionante, mas não podemos nos apegar ao caminho mais fácil.

MC – Ora foi Darwin que disse em seu A Origem das Espécies: “Há uma verdadeira grandeza nesta forma de considerar a vida, que foi primeiramente inspirada pelo Criador num pequeno número de formas, ou mesmo numa só”. Não foi o materialismo ateu que o inspirou. Aliás, se tudo, inclusive minha percepção das coisas, pode ser reduzido a estruturas materiais, químicas e neurais. Se até aquilo que acredito, como as teorias científicas, é apenas o resultado último de ações cerebrais em evolução desconhecida, por que diabos eu tenho que acreditar nelas? Na verdade, os termos do ateísmo podem ser, na verdade, um sério obstáculo ao esforço científico. O darwinismo não explica a vida, mas alguns atributos dela. Sobre “quem criou Deus”, fico surpreso que me pergunte isso, como um colegial até, pois você está assumindo que Deus foi criado – exigindo uma resposta baseada num argumento que você mesmo negou inicialmente, de que é insuficiente atribuir fenômenos a um criador necessariamente. Não me espanta que ache Deus um delírio, pois um deus criado é definitivamente um delírio. Falou em semântica, mas também já não entendo o que você compreende por Deus.

BA – Compreendo que pessoas se matam em nome dele. Talibãs e cruzados fazem parte da mesma história errática da humanidade, e infelizmente religiosos moderados apenas confirmam as crenças dos fanáticos, mesmo que reneguem suas atitudes. Vocês ensinam crianças que ter apenas fé é uma virtude, que as “salvará”. Por mais que só uma minoria seja realmente má em suas ações em prol de sua religião, não se pode ensinar uma criança a não justificar o que se faz, escondendo-se na fé, sem questioná-la pela razão ou evidência. É um mal achar que a religião não deve ser questionada, e que você simplesmente deve ficar na sua e não dizer mais nada. Se fizéssemos o contrário disso, a humanidade não estaria envolta a tantos fundamentalismos.

MC – Concordo que treinar crianças para serem fanáticas é uma vergonha, mas você se esquece que Jesus ensinou “a amar ao próximo como a ti mesmo”, não me parece que está familiarizado com suas parábolas, como a do bom samaritano. Acredito no poder da Palavra sobre o da imposição, e nenhuma religião deve ser adotada se seu coração não abriga seus mandamentos. Aconselho a entender melhor o Antigo e o Novo Testamento, a história da Igreja, seus santos, e não apenas a pegar a parte que lhe interessa para forçar um argumento por omissão de dados básicos. Você diz, “imagine um mundo maravilhoso sem religião”. Agora, peço-lhe para imaginar um mundo sem Stálin, sem Mao Tsé-Tung, sem Pol Pot, líderes dos mais sangrentos Estados, todos oficialmente ateus.

BA – Isso não é relevante. Veja bem, não quero dizer que religiosos são essencialmente maus, quero dizer que há algo na essência religiões que leva muitos ao fanatismo, a matar em nome de uma justiça divina – por certo lógica inerente à mensagem religiosa. Não se pode dizer o mesmo do ateísmo. Não concebo alguém afirmar, “porque sou ateu, racionalmente, isso me exime de meus atos violentos”. Claro que há ateus cruéis, mas é incidental. Serão ruins por outros motivos, não por fé, que move toda essa irracionalidade.

MC – Oras, ateísmo também é uma fé.

BA – Claro que não. Semanticam…

MC – Explico-me em seus próprios termos, como venho fazendo: ou acredito que Deus criou o Universo, ou que não foi criado por ninguém. Nem tenho provas de meu credo que irão satisfazer a metodologia científica, nem você tem evidências para confirmar o seu – está esperando um “Darwin da cosmologia”, um messias ateu, um redentor para sua crença.

BA – Hmm… já que estamos falando de um mundo melhor, não é você quem precisa de deus, de algo que não existe, para ser bom? A ética evolui por consensos e indica o tempo em que vivemos, é movida por fatores psicológicos, sociais… Uma força ainda não completamente explicada, mas não tem nada a ver com religião, com certeza. Digo mais, querer ser bom baseado no Corão ou na Bíblia Sagrada é hediondo. Sua trilha moral se resume à busca de uma recompensa celestial ou pelo medo de ser punido. Nada muito nobre.

MC – E qual a nobreza de dançarmos ao capricho de nosso DNA? Meu caro, que nada virá à toa é apenas um senso básico de justiça, que, sim, vem de Deus. Sim, esse é o fundamento da moralidade. Pergunto de onde tira o seu? É claro que podemos nos comportar bem sem pensar em Deus, apenas mimetizando certas atitudes. Mas onde está a base do conceito de ser bom? A ciência não tem como decidir o que é ético, mesmo porque você não acredita que o Universo tenha sido criado, ou tenha uma razão maior, o que nos leva a não ter justiça, nenhum mal, nenhum bem. A conseqüência lógica de sua moral, queira ou não, é a indiferença e despropósito de tudo que existe. Ao invés de nos dar uma explicação para o problema moral, o ateísmo o dissolve. Dostoievski já havia escrito “se Deus não existe, tudo é permitido”. Não sei que bem isso pode trazer à humanidade.

BA – Talvez você esteja certo, talvez o mundo seja feito de hedionda indiferença. Mas ser ruim não impede que isso seja verdade. Você pode alegar que seria ótimo se o Universo tivesse um propósito, mas isso não diz nada sobre sua assertiva ser falsa ou não. E podemos, sim, nos revoltar contra o nosso DNA, contra cegas forças físicas que nos trouxeram para onde estamos, contra certos imperativos darwinistas. Não há nada contraditório nisso, fazemos isso a todo instante: usamos contraceptivos, nos sacrificamos por estranhos… Também prefiro dizer que a seleção natural pode ser um processo feio, mas com lindas conseqüências, que nós, humanos, podemos lidar de forma diferente.

MC – Meu caro, você está falando de duas coisas diversas. Se você acredita que o Universo não é bom nem ruim, remove de si mesmo as categorias que está usando para discutir moralidade. Esse é o problema. Não há escapatória, se você acha que esse Universo indiferente é real, nada do que você argumentou em prol do evolucionismo moral sequer faz sentido. Não se entende o significado de uma carta pela química da tinta ou pela física do papel, e o sentido da vida não pode ser lido apenas pela cadeia de DNA que nos forma. Você não está conseguindo discernir causa e efeito de significado e finalidade.

BA – Eu apenas tirei o absolutismo do argumento moral.

MC – Dizer que não há mal nem bem é uma afirmação bem absoluta, meu caro.

BA – Você diz isso, mas o empirismo me diz outra coisa. Construímos consensos morais de tempos em tempos e desafiamos as leis naturais desde sempre. Veja a medicina…

MC – Não acho que a medicina desafie as leis naturais, mas descreve o que normalmente acontece, aprende com sua regularidade. E Deus permitiu que esta existisse para, com nossa liberdade, realimentá-la com novos dados. Se coloco dois dólares sobre a mesa e, no dia seguinte, faço o mesmo, terei quatro dólares. Se acordar e só tiver um dólar, um dado novo, não foram as leis da aritmética que foram quebradas, mas as do Alabama. A inteligência deve ser apta a distinguir isso, e você não está fazendo um trabalho muito brilhante nesse sentido. Diz que é tolice afirmar ”se estamos um jardim, deve haver um jardineiro, portanto Deus existe”. E que poderíamos fazer o mesmo com fadas e unicórnios. Mas você nos apresenta falsas opções para o problema. Existe um jardim, logo há um jardineiro – a causa eficiente. Ponto. E há um Universo criado e um Criador. Essa é a simples questão que você se contorce para distorcer. Em sua opinião, se o Universo não foi criado por ninguém, deve aceitar que ele é o próprio Deus incriado. Se não há nada além de matéria e morte, isso só quer dizer que tanto faz considerar fanático e hediondo o homem-bomba. Você mesmo resolveu nos colocar numa vala comum de insignificância existencial, norteada por mero instinto de sobrevivência.
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